A fala, que se espalhou rapidamente pelos grupos acadêmicos, coincidiu com o momento de maior tensão entre a categoria e o Governo do Estado, em meio a uma votação apertada sobre a manutenção da paralisação. Nesta sexta-feira (05), exatamente dois dias após o vídeo viralizar, o comando de greve decidiu aceitar a proposta governamental e encerrar o movimento.
No vídeo, Pedro Cézar afirma que se pronunciou após cobranças de alunos e colegas, e descreve um cenário que ele classifica como extremamente preocupante. Segundo o professor, a universidade vive um desgaste de imagem que não condiz com a realidade interna. Ele defende que a UEPB possui um quadro técnico e docente altamente qualificado e produtivo, mas que essa competência não tem sido refletida na percepção pública. Para ele, parte desse problema se deve à forma como o movimento sindical tem conduzido as ações da categoria.
Pedro Cézar critica o que chama de “um núcleo pequeno” que definiria os rumos da greve e que, segundo ele, há anos conduz o sindicato docente sem representatividade real. O professor afirma que a decisão pela continuidade da paralisação havia sido tomada por pouco mais de 40 votos, número que, proporcionalmente, representa menos de 2% da comunidade universitária. Na sua análise, uma minoria decidia por um processo que afetava milhares de estudantes, técnicos, professores e trabalhadores informais que dependem do funcionamento dos campi.
Ele também dirigiu críticas à reitoria e à gestão da universidade, afirmando que a instituição acumula duas décadas de problemas administrativos e falta de planejamento. Em sua visão, a UEPB não foi preparada para o futuro, e sucessivas administrações não demonstraram capacidade de gestão.
Em diversos momentos do vídeo, Pedro Cézar enfatiza que os alunos são os maiores prejudicados pela paralisação. Ele cita estudantes que pagam aluguel, que dependem de transporte intermunicipal e que perdem tempo acadêmico essencial, além dos trabalhadores de lanchonetes, copiadoras e pequenos comércios que, segundo ele, perderam 100% da renda durante a greve.
O professor também elogiou os técnicos-administrativos, que aceitaram a proposta do governo mesmo sem considerá-la ideal, destacando que, na visão dele, essa postura demonstrou maturidade e preocupação com o conjunto da instituição. Para ele, os docentes deveriam ter seguido o mesmo caminho, evitando o prolongamento da crise.
Na parte final do pronunciamento, Pedro Cézar afirma que pretende dialogar com candidatos ao Governo da Paraíba em 2026 para mediar mudanças estruturais que evitem novas paralisações na universidade. Em seguida, ele anuncia formalmente sua pré-candidatura à reitoria da UEPB, afirmando possuir respaldo social e acadêmico para conduzir a instituição por um “novo caminho”.
A coincidência temporal entre o impacto do vídeo e a decisão de encerramento da greve reafirma o peso político do pronunciamento. O nome de Pedro Cézar passou a circular ainda mais nos bastidores da instituição, num momento em que a disputa pela reitoria começa a ganhar espaço e visibilidade.


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