Flagrado, Carrefour é cobrado pelo fim da venda de caixinha que pirateia TV





Andando pela Santa Ifigênia, popular região de comércio de eletrônicos no centro São Paulo, é comum encontrar vendedores, ambulantes ou não, anunciando aparelhos que desbloqueiam o sinal de TV por assinatura. Agora, ver um produto que permite essa "piratear" canais em um estabelecimento como uma grande rede de supermercados nos pegou de surpresa no início de maio.

Quase 20 dias depois da publicação da notícia aqui no UOL Tecnologia, o Carrefour parece estar movimentando para retificar o erro - ao menos é o que indica uma reunião promovida pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) na última quarta-feira (22).

Ela recebeu representantes da rede de supermercados, da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e da Polícia Federal para estabelecer uma parceria com uma finalidade: acabar com a comercialização de caixinhas usadas para piratear sinal de TV.

A motivação para organizar o debate entre as diferentes partes foi o flagra da venda da TV box em uma unidade do Carrefour na zona leste da capital paulista. Pelo sistema de som da loja, um varejista promovia o aparelho, que "transforma seu antigo televisor em smart TV", além de desbloquear "mais de 8 mil canais".

Tratava-se de uma Android TV box, o que, por si só, não tem nenhum problema. Esses equipamentos dão conectividade à internet a televisores mais antigos, permitindo que você assista Netflix ou YouTube em uma TV de tubo, por exemplo. A questão é que, além desse acesso, essa TV box comercializada pelo Carrefour dava acesso irregular a milhares de canais de TV.

No encontro de quarta-feira, a Ancine pediu que o Carrefour não apenas tirasse esses produtos das prateleiras de suas lojas, como proibisse que eles fossem comercializados pelo marketplace do supermercado - a plataforma de vendas online da empresa.

Do lado da rede de supermercados, participaram do debate o chefe de segurança Jerome Mairet e o gerente jurídico Danilo Bomfim. A Ancine, por sua vez, enviou superintendente de fiscalização Eduardo Carneiro, o coordenador de combate à pirataria Carlos Chelfo e o analista administrativo André Schneider. A Anatel esteve representada por Marcelo Lucena e Eduardo Brandão, enquanto a Polícia Federal mandou Marcelo Prudente e Marcelo Bonaventura, chefes da delegacia fazendária e do núcleo de operações, respectivamente.

Fora o pedido do fim da comercialização desse tipo de produto, a Ancine ainda alertou que, uma vez instalados e conectados ao Wi-Fi de uma residência, tais aparelhos podem capturar os dados pessoais transmitidos pela rede.

O evento terminou com um "acordo de cooperação técnica" entre a agência e a rede de supermercados. Detalhes sobre o mesmo não foram dados.

O saldo do encontro é uma evolução em relação ao posicionamento original do Carrefour, que não comentou o fato de uma de suas lojas vender um aparelho equipado com recursos para piratear sinal de TV por assinatura e vendido com pastas repletas de filmes pirateados. No comunicado enviado na ocasião, a empresa apenas escreveu que "repudia o uso indevido do equipamento fora desta finalidade original".

Uol

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