Tovar: propina paga a Livânia daria para comprar 49 ambulâncias tipo UTI ou fazer 10.171 tomografias



O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) usou a tribuna na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (19), para falar sobre a Operação Calvário que resultou na prisão da então secretária de Administração, Livânia Farias. O parlamentar destaca que segundo o Ministério Público existe uma “extensa teia criminosa” que não está completamente decifrada. “Só com a mesada que teria sido paga a então secretária pela Cruz Vermelha teríamos um acumulado de R$ 7.120.000,00 e esse valor daria para comprar 49 ambulâncias tipo UTI, ou realizar 3.560 sessões de quimioterapia ou ainda para realizar 10.171 tomografias”, destaca.
 
Segundo Tovar, Livânia não foi a única operadora e, nem tão pouco a única que se beneficiou com essa organização criminosa implantada em nosso Estado, através da contratação de Organizações Sociais para gerir Unidades Hospitalares. “Peço que reflitam comigo: Qual a participação de outros secretários como Waldson Sousa, Gilberto Carneiro e até do ex-governador Ricardo Coutinho e o seu irmão, Cori, nesse esquema? Acredito que o gestor Ricardo Coutinho sabia de tudo e me arrisco a dizer que também teria se beneficiado diretamente”, disse.
 
O tucano destaca que Livânia Farias, teria recebido, por mês, propina na ordem de R$ 80 mil, valor pago pela Cruz Vermelha, de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate à Corrupção (Gaeco). Leandro Nunes, homem de confiança de da então secretária, operador e delator do esquema, disse que ela reclamava do valor, por ser aquém do combinado com o suposto chefe do desvio de propina da Cruz Vermelha Brasileira filial Rio Grande do Sul, Daniel Gomes.
 
“Reafirmo a necessidade desta Casa instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a Máfia das Organizações em nosso Estado. O povo paraibano espera que a justiça prenda todos os envolvidos nesse nefasto esquema de corrupção que desviou bilhões da combalida saúde do povo paraibano, assim como aguarda inquieta um desfecho para o Caso Cuiá, escândalo do Gari Milionário, Operação Cartola, Jamba Digital, Farra dos Codificados. Escândalos com as digitais do Senhor Ricardo Vieira Coutinho”, destacou.
 
Operação – A operação Calvário investiga uma organização criminosa responsável por desvios de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, por meio de contratos firmados juntos às unidades de saúde da Paraíba, na ordem de R$ 1,1 bilhão.
 
Patrimônio do Governador – Segundo Tovar, o ex-governador é uma pessoa rica, que teve uma grande evolução patrimonial. Em 2004, ele declarou um pouco mais de R$ 409 mil em bens e em 2014 ele se tornou milionário, chegando a um patrimônio de exatos R$ 1.405.603,81. Isso representa um aumento de 243,4% do que foi efetivamente declarado à Justiça Eleitoral.

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