Celular no PB1: família controlava venda e cobrava até R$ 50 mil




Até R$ 50 mil. Esse é o valor que podia chegar o preço de um celular para ser vendido a um presidiário detido dentro da Penitencária de Segurança Máxima de João Pessoa, o PB1. A informação foi revelada na tarde desta quarta-feira (19), durane entrevista coletiva.
O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público Estado da Paraíba (Gaeco/MPP), a Delegacia Especializada no Combate ao Crime Organizado (Deccor) e a Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica da Secretaria de Administração Penitenciária (Gisop/Seap) foi quem descobriram o esquema através da Operação 'Black Friday', que visava reprimir a comercialização de aparelhos celulares feita por uma organização criminosa composta por agentes penitenciários e populares, no PB1.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, Allan Murilo Terruel, pelo menos quatro pessoas de uma mesma família são investigadas por facilitar a venda desses aparelhos.
“Um dos agentes tinha um relacionamento com uma pessoa de fora e essa pessoa movimentou a família para colaborar na engenharia que eles programaram, de recebimento nos valores negociados com os presos. Monitoramos e descobrimos que essa pessoa tinha uma irmã e essa irmã tinha um relacionamento com o agente, daí em seguida monitoramos toda a vida dele. Hoje foi marcada a entrega de R$ 4 mil reais, nós flagramos e logo depois da entrega as pessoas receberam voz de prisão, que culminou nas prisões dos agentes”, destacou.
Apesar da polícia garantir que o episódio desta quarta-feira (19) não tem relação com a fuga de apenados do PB-1, registrada na semana passada. O delegado Allan informou que a apuração sobre o crime teve início após a prisão de uma das pessoas que teria tido ligação com o ataque a unidade prisional.
A OPERAÇÃO
Foram autuados em flagrante cinco pessoas, entre agentes penitenciários e populares. Os crimes sobre os quais pesam indícios sobre os investigados são: corrupção ativa e passiva (artigos 317 e 333 do Código Penal), lavagem ou ocultação de ativos financeiros (artigo 1° da Lei 9.613/1998) e participação em organização criminosa (artigo 2° da Lei 12.850/2013).
A operação 'Black Friday' é uma ação controlada (medida especial de investigação) realizada para coletar provas que demonstraram que os aparelhos celulares eram comercializados por diversos agentes penitenciários aos presos.

Redação

Postar um comentário

0 Comentários