VÍDEO: entidades anunciam acordo com o governo e devem suspender paralisação por 15 dias; Abcam nega e diz que manifestação continuará



Após reunião que durou cerca de sete horas envolvendo entidades e o governo, caminhoneiros anunciam a suspensão, por 15 dias, da paralisação que  acontece em 22 estados e no Distrito Federal.
Participaram da reunião  ministro dos Transportes, Valter Casimiro, o general Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e representantes das entidades Fetrabens, CNTA, Unicam, Sinaceg, CNT, NTU e Federação dos Transportadores Autônomos de Carga.
A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) discordou dos termos apresentados e declarou que manterá o movimento por não concordar com a política do governo.
A Abcam representa 700 mil caminhoneiros e garantiu que a manifestação deve continuar até a isenção de impostos se transformar em lei. Os representantes da entidade abandonaram a reunião antes que se chegasse em um acordo.






Confira matéria da Folha de São Paulo

Após sete horas de reunião, o governo e um grupo de representantes de caminhoneiros anunciaram um acordo para suspender, por 15 dias, a paralisação que afeta estradas de 25 estados e do Distrito Federal.
O acordo foi anunciado pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) em entrevista coletiva, na noite desta quinta-feira (24). 
Oito entidades assinaram o acordo com o governo. A Unicam (União Nacional dos Caminhoneiros) não assinou o documento e a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) deixou a reunião na metade.
 Pelo acordo, a paralisação dos caminhoneiros, que afeta estradas de 25 estados e do Distrito Federal, ficará suspensa por 15 dias.
Na reunião, além de se comprometer a zerar a Cide sobre o diesel -- medida já anunciada na terça (22) --, o governo se comprometeu a ressarcir a Petrobras para que a estatal estenda por um mês o desconto de 10% sobre o preço do diesel na refinaria. Essas renovações, a cada 30 dias, serão sucessivas até o fim do ano e, segundo estimativa do governo, a Petrobras receberá cerca de R$ 5 bilhões.
Na noite de quarta-feira (23), o presidente da estatal, Pedro Parente, havia anunciado a redução do preço por 15 dias. De acordo com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a União se comprometeu a ressarcir a petroleira a partir do 16° dia.
"Não há nenhum prejuízo para a Petrobras", disse Guardia. O ministro explicou que será criado um plano de subvenção econômica e que a decisão não atrapalha a meta fiscal estabelecida para 2018.

"Por ser despesa nova, terá que ser compensada dentro do orçamento da União para preservar a meta fiscal", afirmou Guardia.
O ministro citou a estimativa inicial apresentada pela Petrobras para os primeiros 15 dias, de R$ 350 milhões, e disse que a quinzena que será bancada pela União pode ter um valor maior ou menor que este.
Em nota, a Petrobras afirmou que considera o acordo "altamente positivo e um ganho inquestionável para o país". De acordo com a empresa, o ressarcimento proposto pela União preserva integralmente a política de preços da companhia ao mesmo tempo em que viabiliza maior previsibilidade para os consumidores.
O governo também se comprometeu com outras ações que agradam a categoria, como a edição de medida provisória, em até quinze dias, para autorizar a Conab (...) a contratar autônomos, sem licitação, para até 30% da demanda de frete. 
Outra medida é o compromisso de não promover a reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas. O governo também disse que vai extinguir as ações judiciais propostas pela União contra o movimento.

DESMOBILIZAÇÃO

O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, disse que levará ainda na noite desta quinta-feira (24) o resultado da negociação com o governo para a categoria e espera que a greve dos caminhoneiros comece a ser desmobilizada nesta sexta-feira (25).
 “Não é possível dimensionar o tempo que vai levar, principalmente pela questão da segurança”, afirmou Bueno, após sete horas de reunião.
A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) confirmou à Folha que não concorda com a política do governo. A associação reivindica que a redução dos impostos se transforme em lei.
TEMER
Em evento da Fiemg em Minas Gerais, o presidente Michel Temer (MDB), anunciou o acordo com os caminhoneiros. "Espero que até amanhã esteja solucionado", disse.
Temer comemorou o que chamou de vitória do diálogo e disse que houve pedidos para que usasse as forças militares. "Se fosse necessário, faríamos", disse.
O presidente se disse animado para voltar a Brasília e encerrar as negociações.
Talita Fernandes , Laís Alegretti , Julio Wiziack e Daniel Carvalho

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