Vereadores são impedidos de inspecionar a R9 da CAGEPA, e Câmara Municipal reage com nota oficial reafirmando sua competência fiscalizatória


Na manhã desta quarta-feira (26), vereadores da Câmara Municipal de Campina Grande, entre eles Alexandre do Sindicato, retornaram ao reservatório R9 da CAGEPA, situado entre os bairros Santa Rosa e Quarenta, para tentar realizar uma inspeção oficial após sucessivas denúncias de risco estrutural e insegurança relatadas por moradores da região.

Mesmo sendo uma visita institucional, embasada no dever constitucional de fiscalização, os parlamentares foram mais uma vez impedidos de entrar no local. O portão permaneceu fechado, e nenhum representante da CAGEPA foi autorizado a receber a comitiva.

O episódio, segundo os vereadores presentes, reforça a preocupação com a real condição da estrutura, especialmente após o rompimento do reservatório no bairro Centenário, que causou danos e temor na população.

O vereador Alexandre do Sindicato criticou o bloqueio. “Viemos cumprir nosso papel. A Câmara tem o dever de fiscalizar e saber a situação real desses reservatórios. Se não há nada a esconder, por que impedir a entrada? Vamos formalizar esse impedimento e acionar os órgãos responsáveis. A população tem direito à verdade.”

A Câmara Municipal informou que adotará novas medidas oficiais para registrar o impedimento e cobrar explicações formais da direção da CAGEPA, reafirmando que não recuará da fiscalização — prerrogativa constitucional do Poder Legislativo.

Ao final da manhã, o Legislativo divulgou uma nota pública, reforçando que possui competência plena para fiscalizar estruturas operadas pela CAGEPA dentro de Campina Grande. A nota foi assinada pelo presidente da Casa, vereador Saulo Messias Garcia Ribeiro (Saulo Germano).


NOTA PÚBLICA – CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPINA GRANDE


A Câmara Municipal de Campina Grande comunica à população que possui, sim, plena competência constitucional e legal para fiscalizar os reservatórios, obras e estruturas operadas pela CAGEPA dentro do território do município, mesmo sendo a empresa vinculada ao Governo do Estado.

Essa prerrogativa decorre de três fundamentos claros:

1. A água e o esgoto são serviços públicos municipais

A Constituição Federal determina que o serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário é de interesse local, cabendo ao Município organizá-lo e fiscalizá-lo, ainda que sua execução seja delegada a outro ente.

Por isso, mesmo quando uma empresa estadual opera o sistema, a titularidade continua sendo do Município, e a Câmara tem o dever de fiscalizar como esse serviço está sendo prestado.

2. O Contrato de Programa firmado entre o Município e a CAGEPA obriga o Município a fiscalizar a empresa

O documento que autoriza a atuação da CAGEPA em Campina Grande estabelece que:

o Município pode exigir que a CAGEPA refaça obras e serviços defeituosos;

deve acompanhar obras, ampliações e manutenções;

deve comunicar irregularidades técnicas à Agência Reguladora (ARPB);

deve garantir infraestrutura e supervisionar a execução do serviço dentro da cidade.

Essas obrigações deixam claro que o Município continua sendo responsável pela adequada prestação do serviço.

E se o Município deve fiscalizar, a Câmara tem o dever constitucional de fiscalizar o Município e todos os contratos firmados pelo Poder Executivo.

3. Diante do rompimento recente de um reservatório, a fiscalização se torna ainda mais necessária

O rompimento de uma estrutura da CAGEPA em Campina Grande resultou em danos materiais, prejuízos sociais e risco à vida humana.

Em situações como essa, a atuação fiscalizatória da Câmara:

protege a população,

verifica falhas estruturais,

aponta responsabilidades,

e previne novos acidentes.

Trata-se de uma obrigação institucional e moral do Poder Legislativo.

A Câmara não invade competência alguma — ela cumpre seu dever

Toda fiscalização realizada pelos vereadores ocorre dentro dos limites legais e tem como único objetivo garantir a segurança, a transparência e a boa prestação dos serviços públicos essenciais.

A população de Campina Grande tem o direito de saber se os reservatórios, tubulações e obras da CAGEPA estão realmente seguras.

E a Câmara Municipal tem o dever de verificar isso.

Compromisso com a cidade

O Poder Legislativo reafirma seu compromisso de atuar de forma firme, responsável e transparente, sempre em defesa da vida, da segurança e do interesse público.

Campina Grande merece proteção, respeito e prestação de serviços com qualidade.

A Câmara seguirá vigilante.


Campina Grande, 26 de novembro de 2025.

Saulo Messias Garcia Ribeiro (Saulo Germano) – Vereador Presidente

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