O vereador Alexandre do Sindicato classificou como lamentável o episódio ocorrido na quarta-feira (26), quando a bancada de situação da Câmara Municipal de Campina Grande foi impedida de entrar na estação R9 da CAGEPA para realizar uma vistoria. Em entrevista nesta quinta-feira (27), o parlamentar afirmou que o bloqueio contradiz o próprio contrato de concessão firmado entre o município e a companhia estadual.
Alexandre explicou que o documento é claro ao estabelecer que a prerrogativa de fiscalização é municipal, já que Campina Grande ainda não possui uma agência reguladora própria para acompanhar o funcionamento do serviço. “Eles estão propagando nas milícias digitais do governo do Estado que nós não temos prerrogativas de fiscalização. Basta ler o contrato. Na página 40, item 25, está muito claro que essa prerrogativa é do município”, disse. Ele comparou a situação com as fiscalizações feitas pelos vereadores de oposição em unidades de saúde e escolas do município, que ocorrem sem qualquer impedimento.
O vereador também revelou que recebeu um vídeo feito por uma pessoa com acesso à unidade, mostrando trabalhadores cobrindo vazamentos, ferros expostos e rachaduras com massa e revestimento cerâmico. Para ele, trata-se de uma tentativa de maquiar os problemas estruturais antes que a visita oficial aconteça. “O vídeo é claro, nítido, e mostra que é na unidade R9. A CAGEPA tem muito a responder”, afirmou.
Ao comentar a fala do gerente da companhia, que classificou os vereadores como “desconhecidos”, Alexandre reagiu com dureza. “Lamentar o total desconhecimento. Se ele diz que somos desconhecidos, é porque ele não conhece a cidade. Mas nós somos conhecidos da população. Houve um desrespeito não aos vereadores, mas à Casa e à sociedade”, declarou. Ele reforçou que já apresentou em plenário vídeos enviados por moradores que convivem com medo e noites sem dormir devido à situação do reservatório.
Sobre a possibilidade de uma nova visita, Alexandre afirmou que o efeito surpresa já não existe mais, diante da suposta “correria” para maquiar a estrutura após a repercussão pública. “Agora eles estão maquiando a unidade. Nós vimos isso pelo vídeo. Há uma verdadeira correria para dizer que está tudo muito bem”, criticou.
O vereador voltou a defender a municipalização do serviço, dizendo que Campina Grande “não aguenta mais a CAGEPA”. Ele lembrou que foi contrário ao contrato de renovação da concessão assinado à época pelo então prefeito Romero Rodrigues, ainda que integrasse a base aliada. “A casa deveria ter discutido isso amplamente com a sociedade. Basta olhar um cidadão que está ali e me procurou pedindo socorro, há 35 dias esperando solução.”
Alexandre reafirmou que, mesmo diante do impedimento, os vereadores seguem com legitimidade para fiscalizar todas as unidades da CAGEPA no município.


0 Comentários