Reitor da UEPB passa atestado de incompetência para aulas remotas e presidente da Aduepb proíbe quem não seja professor discutir sobre o assunto

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Incompetência ou comodismo, só esses adjetivos podem qualificar o estado de letargia das Universidades públicas e particulares que não estão oferecendo a seus alunos a sequencia de suas aulas de forma remota, através de EAD. Desta forma o que se observa são três meses perdidos de muitos discursos e pouca ação efetiva para oferecer aos alunos o minimo de condições de não ficar parado.

Enquanto as escola particulares e mesmo as escolas públicas que trabalham as primeiras fases do ensino no Brasil correram atrás e estão oferecendo o ensino à distância as Universidades estão deitadas em berço esplendido. Em especial um capitulo a parte para as públicas que com seus imensos orçamentos e professores com altos salários estão em letargia e muitas ameaçam só oferecer uma solução depois de cinco meses, quando muitas escolas já terão testado aulas presenciais.

Nos melhores dos cenários, as aulas presenciais na Universidade Estadual da Paraíba devem começar a serem pensadas no final do mês de setembro, para serem efetivas em outubro ou novembro. O prognóstico foi dado essa semana pelo próprio reitor da instituição, professor Rangel Júnior, que, de forma direta, deixou claro que o período letivo 2020.1 já foi para o espaço, de forma muito fácil com a despreocupação com o futuro dos alunos da instituição, salientando que o próprio reitor está de malas prontas para sua aposentadoria, o que com certeza a pandemia não irá atrapalhar.

Segundo Rangel Junior, a situação tem sido um grande desafio e até o momento não se encontrou uma solução, pois na prática tudo é muito novo e nada do que foi proposto já havia sido testado. A letargia contaminou a todos na UEPB, pois nem a Aduepb, nem mesmo os representantes dos alunos através do DCE se pronunciam sobre a falta de definição e o prejuízo aos alunos.

– Não temos certeza de nada. O período letivo foi para o espaço e todas as medidas que tomamos até agora mitigaram o problema, mas não há solução e isso traz ansiedade às pessoas para que seus problemas sejam solucionados. Teremos aí pelo menos mais três meses sem nenhuma atividade presencial na UEPB, ou seja, junho, julho e talvez agosto, para, talvez, podermos retomar as atividades presenciais”, disse o quase aposentado reitor da UEPB.

O pior é que os representantes da comunidade acadêmica parecem que concordam com o posicionamento pois não se manifestam, e pelo contrário em uma entrevista nesta quarta, a presidente da Aduepb, Mauriene Silva de Freitas, disse em bom português que, em resumo, a UEPB não tem condições de haver aulas remotas e que ninguém deve discutir a respeito disso se não for professor universitário”, logo excluiu do processo alunos, funcionários, pais e comunidade geral, alias como tem sido os processos dentro da Instituição tão castigada nos ultimo anos.

O atestado de incompetência passado pela UEPB a seus professores e coordenadores é no mínimo suspeito, quando se conhece a capacidade de seus docentes e o trabalho que realizam inclusive em outras instituições que oferecem o EAD. Mas o Reitor e a presidente da Aduepb devem entender que a Universidade não tem pessoal e competência para funcionar normalmente, sem a presença física das pessoas em seu ensino, extensão e pesquisa. Num momento que até professores de ensino infantil se desdobram para oferecer exatamente isso, inclusive muitos destes professores formados na própria UEPB, que os preparou para enfrentar os desafios do momento, mas que não tem competência para fazer ela própria o que seus pupilos realizam com maestria.

Segundo o próprio reitor “Aonde se pode fazer de forma não presencial, fazemos; e onde não, só nos resta esperar – lamentou.

As entrevistas foram dadas na CampinaFM.


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