Marielle: bombeiro preso pode ser investigado por lavagem de dinheiro

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Sargento morava em casa avaliada em R$ 2 milhões e tinha carro de luxo na garagem. Polícia pode desmembrar apuração, segundo delegado

O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Correa, preso por atrapalhar as investigações sobre o caso Marielle Franco, nesta quarta-feira (10), poderá ser investigado também pelo crime de lavagem de dinheiro. 

De acordo com informações da RecordTV Rio, o bombeiro mora em uma casa de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio, avaliada em R$ 2 milhões, e é proprietário de um carro importado, que custa cerca de R$ 170 mil e foi apreendido pela polícia hoje. Os indícios apontam para um patrimônio incompatível com a renda de aproximadamente R$ 6 mil mensais. 

O delegado Antônio Ricardo, que está à frente das investigações, disse que outro inquérito poderá ser aberto para apurar o caso.

"Além da investigação que levou a prisão deste agente público, a Delegacia de Homicídios poderá desmembrar a investigação do crime de lavagem de dinheiro com a possível autoria desse agente público", disse o delegado.

Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que a Corregedoria Interna e o Serviço Reservado da corporação participaram da operação do Ministério Público e da Polícia Civil e que a instituição aguarda as informações solicitadas sobre o processo para abrir procedimento interno.

Operação Submersus 2

A Operação Submersus 2, da Polícia Civil em conjunto com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), prendeu preventivamente o bombeiro Maxwell Correa, apontado como responsável pelo descarte de seis armas no mar da Barra da Tijuca, na zona oeste, após a prisão de Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018. 

"Ele utilizou um veiculo de sua propriedade para fazer o transbordo dessas armas. Temos provas robustas que ele teve participação neste evento tanto é que foi decretada a prisão preventiva dele. Quanto ao envolvimento dele no caso principal, o homicídio da vereadora Marielle e o seu motorista, não podemos entrar em detalhes porque a investigação corre sob sigilo", afirmou o delegado Antônio Ricardo.

Na ação, também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão com objetivo de recolher provas que possam ajudar nas investigações. A expectativa da polícia é de chegar até os mandantes do crime ainda este ano.

Durante a operação, um suspeito, que não tem envolvimento com o caso de Marielle, foi baleado na comunidade Vila Vintém, na zona oeste, em um dos endereços ligados ao bombeiro. 

66 presos

O delegado Antônio Ricardo afirmou também que, desde o início das investigações, 66 foram pessoas presas em meio às investigações sobre o caso:

"Isso corrobora a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) no sentido de manter a investigação no Estado do Rio de Janeiro. Isso é uma prova cabal que nós estamos trabalhando, correndo atrás de dar a resposta que a sociedade tanto deseja"

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