Governo do Pará admite que respiradores comprados da China não funcionam

O Pará é o sexto estado com o maior número de mortes no país e os respiradores que chegaram para ajudar no combate à Covid-19 não funcionam.

Uma mensagem da Secretaria de Saúde do Pará nas redes sociais confirmava que os respiradores comprados da China estavam em pleno funcionamento, no hospital de campanha, em Belém. Mas, na sexta (8), o governo informou que nenhum deles havia sido usado. Os 152 respiradores apresentaram problemas.

O governador do Pará informou que nenhum respirador com defeito foi usado em pacientes e disse que pediu providências para a embaixada chinesa e para os fabricantes.

“Estamos agindo para rapidamente ter a solução para essa questão para que os respiradores possam estar em funcionamento. Nós só temos um caminho: que a fábrica nos envie os 400 respiradores funcionando da forma que nós compramos”, disse o governador Helder Barbalho.

O governo do estado comprou 400 respiradores da China, para ampliar os atendimentos de urgência em sete hospitais estaduais. Eles custaram R$ 50 milhões. A maioria ainda não chegou e os que vieram, não funcionam.

Para aliviar a pressão sobre a rede de saúde, Belém e mais nove cidades paraenses passaram pelo terceiro dia de lockdown, mas a taxa de isolamento continua longe do ideal.

Na sexta (8), ficou em 47%. O índice foi menor que o registrado no primeiro dia de restrições, de 49% e a meta do governo é de 70%.

Neste sábado (9), agentes da guarda municipal, ordem pública e de trânsito percorreram as feiras da capital para fiscalizar o movimento e evitar aglomerações. Sessenta lojas de produtos não essenciais foram fechadas.

Não houve multas porque as punições só começam neste domingo (10) e podem chegar a R$ 50 mil. Quem descumprir o decreto também pode ser preso.

Já são 610 mortes por Covid-19, no Pará.

Kleyton sente falta da avó. Dona Semiramis adorava reunir a família. O último encontro foi em março para comemorar os 90 anos. Em abril, ela contraiu o coronavírus, foi internada, mas não resistiu à Covid -19. O apelo do neto é a melhor estratégia para combater a doença.

“O momento requer a reclusão social, ele requer que a gente seja paciente dentro de casa, ao lado do nosso núcleo familiar, para que a gente não seja paciente dentro de um hospital. Não é uma gripezinha, gente, não é uma gripezinha”, desabafa kleyton Silva, músico.

O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Pará e a Polícia Federal estão investigando a compra desses respiradores pelo governo do Pará. O MPF disse que empresários sofreram busca e apreensão e que um deles também está envolvido na venda de equipamentos hospitalares com defeito ao governo do Rio de Janeiro.

Ele e mais quatro pessoas foram presas a partir de um mandado expedido pela Justiça Estadual do Rio de Janeiro. A suspeita é de que o grupo atuava fraudando contratos emergenciais sem licitação para comprar equipamentos de proteção individual, respiradores para Unidades de Terapia Intensiva, máscaras e testes rápidos para Covid-19.




G1

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