Máscara caseira pode reduzir transmissão da COVID-19, mas especialista teme que ela encoraje quebra de isolamento


Após a nova recomendação do Ministério da Saúde, a população vem travando uma corrida para comprar, mandar fazer e confeccionar máscaras caseiras. O médico infectologista do Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas, destaca que a utilização desses itens pode diminuir a transmissão do Coronavírus, mas ressalta que usar máscaras não pode dar a falsa sensação de segurança à população e o incentivo a sair de casa, não respeitando o isolamento social.
 
O especialista afirma que talvez a máscaras de tecido seja eficaz para diminuir a transmissão do coronavírus no caso de pessoas assintomáticas (que possuem a doença e não possuem sintomas). “Porém, é perceptível que muitas pessoas utilizando a máscara pode gerar a falsa sensação de estar seguro e ocasionar ampliação da transmissão do vírus e consequentemente um aumento de casos da doença”, enfatiza.
 
Apesar de acreditar que se a utilização do consumo de máscaras caseiras ocorresse em massa, os assintomáticos iriam deixar de transmitir o vírus, ele defende que as pessoas permaneçam em casa. “Por outro lado, vejo que o impacto maior na redução de casos é com o isolamento. Não adianta todo mundo usar máscara, mas não obedecer ao isolamento, não cuidar na lavagem das mãos e achar que o item é suficiente para manter a segurança da saúde”, pondera.
 
Tipos de Máscaras – Existem máscaras no mercado como a N95, PFF2, PFF1, mas o infectologista do Hapvida explica por quem elas devem ser utilizadas e em quais situações. “Essas máscaras possuem filtros e precisam ser utilizadas apenas por profissionais de saúde que estejam realizando procedimentos em pacientes”, esclarece.
 
Já em relação à máscara cirúrgica, que é a que se tem visto nas ruas nas últimas semanas, Fernando Chagas ressalta que é a utilizada por todo profissional de saúde ao examinar um paciente ou as pessoas quando estiverem com quadro de sintomas para doenças virais. “Se a pessoa não está resfriada, tossindo, não sente nada, não há necessidade de utilizar máscara. O cuidado maior deve ser com as grandes aglomerações e a lavagem das mãos”, reforça.
 
Orientações para Máscaras Caseiras – O Ministério da Saúde disponibilizou em seu site orientações para confecção e uso das máscaras caseiras. São elas:
•          Em primeiro lugar, é preciso dizer que a máscara é individual. Não pode ser dividida com ninguém, nem com mãe, filho, irmão, marido, esposa etc. Então se a sua família é grande, saiba que cada um tem que ter a sua máscara, ou máscaras;
•          A máscara deve ser usada por cerca de duas horas. Depois desse tempo, é preciso trocar. Então, o ideal é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano;
•          Mas atenção: a máscara serve de barreira física ao vírus. Por isso, é preciso que ela tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face;
•          Também é importante ter elásticos ou tiras para amarrar acima das orelhas e abaixo da nuca. Desse jeito, o pano estará sempre protegendo a boca e o nariz e não restarão espaços no rosto;
•          Use a máscara sempre que precisar sair de casa. Saia sempre com pelo menos uma reserva e leve uma sacola para guardar a máscara suja, quando precisar trocar;
•          Chegando em casa, lave as máscaras usadas com água sanitária. Deixe de molho por cerca de dez minutos;
•          Para cumprir essa missão de proteção contra o coronavírus, serve qualquer pedaço de tecido, vale desmanchar aquela camisa velha, calça antiga, cueca, cortina, o que for. Desde que seja feita de algodão, trocoline ou TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente.

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