Líder da oposição prevê que PB Saúde deve cumprir mesmo papel da Cruz Vermelha gaúcha no governos do PSB: “porta aberta para a corrupção”


A Fundação PB Saúde, proposta pelo Governo do Estado e aprovada pelos deputados estaduais, ontem, durante votação no plenário da Assembleia Legislativa, e que vai suceder o ‘modelo’ adotado pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e sequenciado por praticamente o primeiro ano da gestão do governador João Azevedo, pode abrir a mesma porta para corrupção descoberta pela Operação Calvário. A previsão é do líder da oposição, deputado Raniery Paulino, que ocupou a tribuna do Legislativo para apontar o que chamou de “jabutis” inseridos no projeto governamental.
Paulino acusa o governo de ter inserido no projeto encaminhado à Assembleia Legislativa um dispositivo que abre espaço para terceirização e quarteirização dos serviços. “Vem daí a porta aberta para a corrupção”, criticou o deputado. Ele diz, também, que o projeto permite que a PB Saúde, com verniz de legalidade, volte a contratar organizações sociais. “Alguém tem dúvida do efeito danoso das OSs a Paraíba?”, questionou.
O deputado fez coro, também, com o deputado estadual Wallber Virgolino (Pode), que votou contra a matéria na CCJ e no plenário. Virgolino, assim como Paulino, aponta vício de constitucionalidade no dispositivo que autoriza a Fundação a contratar sem concurso. Eles usam, para isso, os argumentos contidos em ofício assinado pelo Procurador do Trabalho, Eduardo Varandas. Paulino diz que desde 2011 ele denuncia as irregularidades na saúde e diz que todos os alertas de Varandas, feitos na época, se concretizaram com a Calvário.
Como se sabe, foi na gestão do PSB, partido que até pouco tempo fazia parte o governador João Azevedo, que a Cruz Vermelha Brasileira, filial gaúcha, aportou na Paraíba. O resto da história, que continua a ser contada pela força tarefa liderada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE), todo mundo já sabe.

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