Governo adota ‘salve-se quem puder’ e deflagra operação de risco contra Assembleia Legislativa


O governador João Azevedo vem dando sucessivas demonstrações de inabilidade política, seja pela letargia na adoção de medidas voltadas a preservar o próprio governo, a exemplo de uma reforma administrativa que só foi possível em virtude da Operação Calvário e que ‘depurou’ boa parte de seu quadro de auxiliares, o contencioso com o funcionalismo público estadual, que já não aguenta mais ficar sentado e em berço esplêndido esperando a benevolência de algum gesto concreto e real na direção de seios anseios reais, bem como a clara e inequívoca falta de sintonia com a sua base de sustentação política. Em meio a todos esses problemas e no afã de querer adotar o já surrado ‘salve-se quem puder’, eis que o governo deflagra uma operação arriscada, de efeito muito duvidoso, e que tem o objetivo de jogar a opinião pública contra a Assembleia Legislativa.
No comando da engenhosa trama, ninguém mais, ninguém menos que o secretário de Comunicação Institucional, Nonato Bandeira, especialista no submundo da política, afeito a articulações subrreptícias e estrategista em táticas pouco ou nada republicanas contra adversários e desafetos. Segundo informações de bastidores, o plano não apenas foi traçado nos porões do poder como já está em curso, com direito a pauta única aos veículos da mídia paraibana.
Na alça de mira, a Assembleia Legislativa presidida por Adriano Galdino passa a ser o alvo da artilharia que está prestes a entrar no campo de batalha com a missão de não deixar pedra sobre pedra. O mecanismo será o mesmo empregado pelo próprio Nonato em passagens anteriores pelo poder, isto é, da cintura para cima tudo é canela.
O deputado federal Damião Feliciano (PDT) foi escalado para dar o primeiro sinal. O parlamentar, que esta semana foi para o ‘olho do furacão’ da Operação Calvário em virtude da revelação que um de seus filhos com a atual vice-governadora, Lígia Feliciano, ter recebido, em nome do casal, dinheiro de propina para campanha política, resolveu acusar a Assembleia Legislativa de colocar em curso um suposto golpe contra o governador João Azevêdo (Cidadania) e a sua mulher, a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT).
Na política, assim como tudo na vida, nada é por acaso, e a declaração de Damião, que não é o Cosme, é mais que sintomática. Se até então não tinha um antagonista para chamar de seu, parece que o governo resolveu levar a Assembleia Legislativa e seus 36 representantes para o ringue, estratégia também utilizada por Ricardo Coutinho, o criador de Azevedo, ainda no primeiro mandato.
A verdade é que o governo e seus oráculos, incluindo o próprio Bandeira, entendem que a Assembleia precisa ir para o ‘vinagre’, porque só assim João Azevedo e sua administração poderá se salvar diante de um desgaste bastante acentuado perante a sociedade, não apenas por ser produto daquele que se prenuncia o maior esquema de corrupção da história da Paraíba, mas, sobretudo, pela fragilidade que começa a adornar o seu governo.


tanaarea

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