II Mostra de Conhecimento em Libras se consolida como evento inclusivo na Educação



A Unidade Acadêmica de Letras da Universidade Federal de Campina Grande (UAL/UFCG) encerrou, na noite desta terça-feira (22), a II Mostra de Conhecimentos em Libras que teve como objetivo promover a capacitação pedagógica e a inclusão de surdos na Educação. O evento ocorreu nos dias 21 e 22 e foi aberto ao público, com a realização de palestras, minicursos, mostra teatral, declamação de poemas, além da apresentação de jogos e estratégias pedagógicas, desenvolvidas pelos próprios alunos do curso de Letras/Libras da UFCG, sob a orientação da professora, Conceição de Maria Costa Saúde.

Para Conceição Saúde, o evento foi um sucesso e a cada ano se consolida, atraindo cada vez mais o público surdo e o ouvinte também. “Nossa proposta é que cada vez mais a sociedade entenda, compreenda e respeite o surdo na sua essência e faça parte dessa comunidade, interagindo e conhecendo cada vez mais a Libras, além de criar estratégias de ensino que viabilizem cada vez mais o aprendizado do surdo através desses métodos”, destacou.

A professora Ceiça Saúde disse que o evento surgiu a partir das suas disciplinas, e vislumbrou que deveria perpassar os muros da sala de aula, bem como da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). “A mostra surgiu dentro das disciplinas que leciono e, este ano, teve o apoio de toda a unidade acadêmica, tanto da UAL como do Curso de Letras Libras da UFCG. Estamos ultrapassando os limites físicos da sala de aula e da própria Universidade, mostrando a sociedade todo o trabalho desenvolvido por nossos alunos na busca por uma equidade nas estratégias do Ensino, voltadas para o surdo”, pontuou.

Ceiça Saúde explicou ainda a diferença entre o povo surdo e a comunidade surda. Disse ela: “O povo surdo são as pessoas que se comunicam através da via visual gestual, ou seja, da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Já a comunidade surda são todas as pessoas que se envolvem com a Língua de Sinais, que fazem parte dessa cultura, dessa comunidade surda, que reconhece e luta pela causa, então, são os professores, familiares, parentes, vizinhos, pessoas que conhecem os surdos, que passam a ver a língua de sinais, realmente como língua, começa a aprender e que faz parte desse movimento”.

Sobre a crescente disseminação da Libras no Brasil, a professora Ceiça Saúde destacou que após sua regulamentação, em 2005, as instituições de ensino pública e privada tiveram 10 anos para se adaptarem e incluírem a Libras como disciplina. Portanto, todos os cursos de Licenciatura, Fonoaudiologia ou Magistério devem ter a Libras como disciplina. Para os demais cursos, como eletiva e isso contribuiu para que a Libras pudesse ocupar mais espaços na sociedade de forma generalizada.

“Após a regulamentação, vimos os cursos de Química, História, Matemática, enfim as licenciaturas com a obrigatoriedade da disciplina de Libras. Porém o que temos discutido é: Será que apenas uma disciplina de 60 horas é suficiente para lecionar em Libras? Será que o professor licenciado naquela disciplina vai sair preparado para sinalizar todo o seu conteúdo? Por isso, a necessidade de investigar as práticas pedagógicas e desenvolver estratégias de ensino aprendizagem. Todavia, a comunidade surda tem aparecido, tem se mostrado e hoje é possível ver surdos chegando em instâncias que antes não era possível imaginar, teoricamente falando. Então, é possível hoje, vermos surdos mestres, doutores, passando em concursos públicos e isso é resultado das políticas públicas que tem mudado essa realidade, mesmo que de forma insipiente, mas tem garantido o direito das pessoas surdas e temos visto cada vez mais pessoas envolvidas com a comunidade surda. Isso é gratificante”, finalizou.

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