Boqueirão chega a 21,83% da sua capacidade e deputado vai à Brasília cobrar solução para obra da transposição


O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) destacou, nesta quinta-feira (22), o risco da volta do desabastecimento de água em Campina Grande e mais 18 cidades que dependem hoje da transposição das águas do Rio São Francisco que se encontra abandonada no seu eixo Leste, com entrada na Paraíba por Monteiro. O deputado vai ao Ministério do Desenvolvimento Regional buscar uma solução para o problema e alertar sobre a situação já enfrentada pela Rainha da Borborema e municípios próximos que enfrentaram um sério problema de desabastecimento.
 
O açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) usado para abastecer a Rainha da Borborema e região encontra-se com 21,83% da sua capacidade, o que é preocupante. Em 2017, o reservatório tingiu o pior volume da sua história, apresentando 2,9% da sua capacidade total. O parlamentar destaca aida que o retorno dos transtornos acarretados pela falta d’água pesa negativamente contra o desenvolvimento de Campina e região. “Qual indústria vai querer se instalar aqui se não temos a segurança hídrica?”, questionou.
 
“Vamos buscar uma solução para esse problema nos canais da transposição. Temos que alertar as autoridades para o grave problema que Campina e os outros municípios da região devem enfrentar num curto espaço de tempo. Não podemos ficar parados enquanto os canais da transposição estão se desmanchando como mostra relatório do Ministério Público Federal”, destacou Tovar, lembrando que a cidade de Monteiro, no Cariri paraibano, é ponto final do Eixo Leste, numa estrutura total de 217 quilômetros que perpassa pelos estados de Pernambuco e Paraíba.
 
De acordo com o deputado, o relatório aponta que o revestimento de concreto apresenta fissuras, trincas e rachaduras que chegam a mais de 1,5 centímetro de espessura. Como faltam estruturas de drenagem, as chuvas levam a areia para o fundo, assoreando muitos trechos do curso d’água. Obras de drenagem estão com paredes quebradas, comprometidas por erosão, e algumas canaletas são quase invisíveis, cobertas por terra e pedregulhos. Há também mato dentro do canal.
 
O bombeamento de água para 44 municípios da Paraíba está interrompido há cinco meses, em razão da necessidade de manutenção em equipamentos das estações em uma adutora em Pernambuco. Em 2018, quando o sistema funcionava, ele se mostrou fundamental para evitar uma crise de abastecimento em meio a um prolongado período de seca. Com os problemas atuais, a água não tem chegado aos açudes.
 
“Do jeito que estamos vendo os canais se deteriorando, começamos a perceber a irresponsabilidade das autoridades em manter o funcionamento das bombas e o direcionamento das águas pelos canais. É preciso uma providência urgente para que os R$ 9 bilhões gastos não tenham sido em vão e o mais grave, que deixe milhares de paraibanos sem água”, disse o deputado.

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