A polêmica envolvendo a suspensão dos atendimentos a crianças autistas na Associação Aurineth Alves, em Campina Grande, ganhou novos contornos nesta sexta-feira (5) com um desabafo público da neuropsicanalista Dra. Lucienne Gomes de Lima, coordenadora do setor de autismo da entidade.
Em carta aberta publicada nas redes sociais, Lucienne contestou diretamente declarações feitas pelo vereador Frank Alves, responsável pela associação, e negou que o recesso nos atendimentos tenha sido motivado pela perda de um bebê em sua família, como afirmado pelo parlamentar. “O vereador Frank Alves já falou em mais de uma entrevista que deu recesso por causa da perda do bebê da minha nora, o que é uma inverdade. As terapias já haviam parado 15 dias antes”, afirma coordenadora.
A profissional relatou que os atendimentos terapêuticos do centro do autismo já estavam interrompidos muito antes do nascimento de sua neta, e que o motivo real para a paralisação teria sido a falta de profissionais na equipe, o que também já havia sido denunciado por mães atípicas e ex-funcionários. “Ele deu recesso por falta de profissionais para atender no centro do autismo, o qual já estava sem terapias muito antes”, reforçou Lucienne.
A coordenadora também criticou a postura de Frank Alves diante das mães que procuraram esclarecimentos. Segundo ela, o vereador teria sugerido que aquelas insatisfeitas com a interrupção dos serviços procurassem o SUS. “Quando as mães foram falar sobre a insatisfação de estarem sem as terapias, ele disse que aquelas que não estivessem gostando poderiam ir procurar o SUS.”
Dra. Lucienne lamentou ainda que o vereador tenha utilizado a condição de saúde de sua neta, uma bebê cardiopata, como justificativa pública, e revelou que não recebeu qualquer tipo de apoio, apesar da relação próxima com o parlamentar.
“Ele agora diz ser defensor das crianças cardiopatas, mas não disponibilizou nenhum dos três carros que ele tem acesso para a mãe da minha neta. Pensei que o vereador iria ajudá-la, mas infelizmente não foi assim. Estou aberta para conversar com você pessoalmente, mas não fique digerindo a minha imagem como pessoa e como profissional”, finaliza a coordenadora.
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