VÍDEO: Dra. Bianka Manhaes defende Isea e critica gestores estaduais por falta de maternidade pública em Campina Grande


Em uma live que gerou grande repercussão, a Dra. Bianka Manhaes, ginecologista e obstetra com 21 anos de dedicação à Maternidade do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, expressou sua indignação com as críticas à instituição. Em seu relato, ela defendeu a importância do Isea para a cidade e a Paraíba, e destacou o que considera um abandono por parte dos últimos governadores estaduais.

A médica iniciou sua fala com um desabafo: "O motivo dessa live é porque há algumas coisas que me deixam profundamente incomodada. E preciso esclarecer, antes de mais nada, que eu não ocupo nenhum cargo político e não tenho obrigação política com ninguém". Bianka ressaltou que trabalha no Isea desde 2003, o que lhe permitiu acompanhar de perto a evolução da maternidade e a falta de suporte estatal.

Ela apontou que, embora cidades menores da Paraíba, como Queimadas e Patos, tenham maternidades estaduais, Campina Grande, a segunda maior cidade do estado, continua sem uma unidade desse porte. "O Isea realiza cerca de 600 partos por mês e atende mais de 100 municípios. O volume de atendimentos é equivalente ao de três maternidades em João Pessoa", destacou a médica.

Bianka Manhaes aproveitou o espaço para elogiar o trabalho realizado pela atual gestão municipal, liderada pelo prefeito Bruno Cunha Lima. Ela foi enfática ao afirmar que, em mais de duas décadas de trabalho, nunca viu um gestor fazer tanto pela unidade hospitalar. "Hoje, nossa maternidade pode não ser perfeita, mas está muito melhor do que há cinco, dez ou vinte anos atrás", afirmou.

A médica mencionou as melhorias recentes na maternidade, como a reforma completa da sala de partos, agora equipada com 14 leitos individuais climatizados, além da reestruturação da rede elétrica, que enfrentava problemas crônicos. "Finalmente, temos um espaço digno para as mulheres darem à luz. Essa gestão nos escuta e atende nossas necessidades, algo que não acontecia antes", disse.

Apesar dos elogios à gestão municipal, Bianka não poupou críticas aos últimos governadores da Paraíba, especialmente Ricardo Coutinho e João Azevêdo. Segundo ela, a promessa de Ricardo Coutinho de construir uma maternidade em cada cidade do estado nunca saiu do papel, e o atual governador, João Azevêdo, também não fez nada para resolver a situação em Campina Grande. "Campina, até hoje, não tem uma maternidade pública estadual por causa de intrigas políticas", lamentou.

A médica reforçou que seu posicionamento não tem cunho político, mas que nesta eleição irá votar em Bruno Cunha Lima, por reconhecer seu esforço e comprometimento com o Isea. "Ele foi o único, em 21 anos, que olhou para o Isea e fez alguma coisa. É justo reconhecer quem trabalha de verdade", declarou Bianka.

Ela finalizou o relato criticando o uso político das críticas à maternidade. "Difamar uma instituição que faz tanto pela saúde das mulheres da Paraíba, por interesses pessoais ou políticos, é doloroso para todos nós que trabalhamos aqui", afirmou.

A live foi transmitida na véspera do primeiro turno das eleições municipais deste ano, em meio a uma onda de desinformação sobre um caso ocorrido na maternidade. Em resposta a postagens nas redes sociais que criticavam o atendimento a uma paciente, a Secretaria de Saúde de Campina Grande emitiu uma nota onde esclareceu que as informações divulgadas não correspondiam à realidade dos fatos e foram propagadas por pessoas sem o conhecimento técnico necessário para avaliar as condutas médicas adotadas.



Veja nota emitida pela Secretaria de Saúde de Campina Grande:


Instituto de Saúde Elpídio de Almeida - Nota de Esclarecimento

A direção da Maternidade Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), administrada pela Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em resposta a postagens, nas redes sociais, que criticam o atendimento prestado a uma paciente, esclarece que as informações divulgadas não refletem a realidade dos fatos e foram compartilhadas por pessoas sem conhecimento técnico para avaliar condutas médicas.

Segundo a direção do Isea, a paciente procurou a unidade por estar se sentindo mal e por não sentir o bebê se mexer há mais de uma semana. Ela foi imediatamente atendida, passando por exames clínicos, laboratoriais e ultrassonografia, que confirmaram um quadro de pré-eclâmpsia associado ao óbito fetal, ocorrido dias antes. Diante disso, a paciente foi encaminhada para a sala de parto, que passou por reforma recente, sendo climatizada e equipada com boxes individualizados, monitores e camas elétricas que permitem o parto no próprio leito, com a equipe médica sempre presente para eventuais intercorrências, preservando a privacidade das pacientes.

O Isea também reforça que, em casos de óbito fetal, para minimizar os riscos à saúde materna, como infecções e embolias, a medicina baseada, em evidências, indica o parto normal. No caso específico da paciente, que já havia passado por cesarianas anteriores, a indução medicamentosa, que acelera o processo, não era recomendada. Dessa forma, foi conversado com a paciente e seus familiares, que compreenderam e aceitaram o tratamento proposto.

No momento em que o vídeo foi gravado, a paciente estava sendo monitorada, medicada e assistida por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, no acompanhamento, tanto do trabalho de parto, quanto do quadro de pré-eclâmpsia. A maternidade reforça que é a única da cidade especializada no acompanhamento de casos de urgência como este, dispondo de uma equipe altamente qualificada para lidar com essas situações.

A direção do Isea reafirma seu compromisso com a ética médica e a qualidade no atendimento, reforçando que as informações incorretas divulgadas nas redes sociais não condizem com a realidade dos serviços prestados pela instituição.


Campina Grande, 05 de setembro de 2024.


A direção.







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