As recentes movimentações políticas em Campina Grande, especialmente em torno da candidatura de Jhony Bezerra à prefeitura, revelam uma disputa que ultrapassa os interesses locais. Nos bastidores, as verdadeiras intenções do governador João Azevêdo tornam-se mais evidentes: sua estratégia para 2024 é, na verdade, um passo em direção à sua permanência no poder, com os olhos voltados para as eleições de 2026. O lançamento de seu apadrinhado não se limita a tentar derrotar Bruno Cunha Lima, mas serve como um trampolim para a sua candidatura ao Senado.
Em uma recente entrevista à rádio Arapuan FM, na última terça-feira, 8, João Azevêdo não deixou dúvidas sobre seu interesse em Campina Grande para dar continuidade a seu plano político. Ele afirmou claramente que a cidade faz parte de sua estratégia para manter o controle da Paraíba, garantindo que seu grupo permaneça no poder após as eleições de 2026.
O governador é direto ao afirmar que sua articulação envolve eleger prefeitos alinhados ao seu governo, visando consolidar uma base de apoio que o fortaleça para sua próxima campanha ao Senado. No entanto, João Azevêdo e Jhony Bezerra não devem subestimar os planos de Campina Grande, que tem suas próprias ambições.
A população campinense busca um representante autêntico, podendo ser Romero Rodrigues, Pedro Cunha Lima ou outro nome com raízes fortes na cidade para 2026. O projeto de João pode ser ambicioso, mas o de Campina Grande é ainda maior, e a cidade precisa retomar seu papel de destaque no cenário estadual.
A candidatura de Jhony, moldada pelo governador, é uma tentativa de transformar Campina Grande em mais uma peça do tabuleiro político de João Azevedo. Não por acaso, o candidato socialista tem feito promessas que não pode se concretizar. Como mencionou Bolinha (Novo) no primeiro turno, “no papel, pode tudo”.
A campanha de Jhony, impulsionada pelo Palácio da Redenção, busca não o desenvolvimento da cidade, mas sim a conquista de poder por si só. O objetivo de João é claro: conquistar Campina Grande para fortalecer sua base política rumo a 2026.
A reeleição de Bruno Cunha Lima no segundo turno será um pesadelo para João e Jhony. Com Bruno no comando, o grupo político liderado por ele e Romero Rodrigues estaria em posição de consolidar sua força para a próxima disputa estadual. O verdadeiro temor do governador reside na possibilidade de que Romero Rodrigues, com o apoio de uma Campina Grande revitalizada, se torne o próximo governador da Paraíba, ameaçando suas ambições políticas.
Com sua popularidade e influência política, Romero representa uma ameaça real ao projeto de João Azevêdo. Com Bruno reeleito, abrir-se-á um caminho para que Romero ou Pedro Cunha Lima liderem a corrida pelo governo em 2026. Vale lembrar que nas últimas eleições para o Governo do Estado, João Azevêdo perdeu em Campina Grande e em João Pessoa.
Uma vitória de Bruno não só enfraquece a estratégia do governador, mas também sinalizaria que Campina Grande está pronta para retomar seu protagonismo. A diferença entre os projetos é clara: enquanto João Azevêdo busca usar Campina Grande como uma ferramenta para suas ambições políticas, a cidade deseja ser protagonista de sua própria história.
O eleitor campinense entende a importância de ter uma liderança local forte, capaz de representar seus interesses e devolver à cidade seu espaço nas decisões estaduais. Seja Romero ou Pedro, o importante é que o nome escolhido por Campina tenha o peso e a responsabilidade de restaurar o protagonismo que a cidade sempre teve na política paraibana.
Assim, o segundo turno em Campina Grande não se resume a uma eleição local. Ele representa uma escolha entre ser apenas uma peça no projeto de poder de João Azevêdo ou traçar um caminho autônomo, com um candidato campinense à frente.
O futuro da cidade e do estado está em jogo, e Campina Grande já demonstrou que não aceita ser apenas uma coadjuvante.
Por Simone Duarte
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