Imunidade de grupo com a variante Delta é “inatingível”, alerta estudo

 

© Reprodução/Pixabay O surgimento da variante Delta, a
mais perigosa das mutações do coronavírus,
vai obrigar os países a repensar sua estratégia
para lidar com a doença Reprodução/Pixabay

A esperança dos governos de acabar com a pandemia Covid-19 eram as vacinas. No entanto, o surgimento da variante Delta, a mais perigosa das mutações do coronavírus, vai obrigar os países a repensar sua estratégia para lidar com a doença, já que as vacinas não serão suficientes.

Esta é a conclusão a que chegaram os especialistas da ‘The Economist Intelligence Unit’, uma unidade de negócios ligada à revista ‘The Economist’, num estudo citado pela ‘ABC’.

Os especialistas publicaram um relatório no qual argumentam que as vacinas, embora “sejam um primeiro passo crucial na luta contra a pandemia”, uma vez que “oferecem proteção contra infeções, doenças graves e morte”, na realidade “não são a solução mágica que os governos esperavam”.

Isto porque, afirmam os responsáveis, as vacinas “não previnem as infecções”, o que vai “obrigar os governos a repensar a sua estratégia”, pois viver com Covid-19 será “o novo normal”, alertam.

Segundo a pesquisa, as “características da variante Delta significam que as vacinas por si só podem não ser suficientes para controlar o vírus”, uma vez que este é “muito mais transmissível do que a estirpe original” e ” as pessoas vacinadas parecem ter altas cargas virais, o que aumenta o risco de propagação da doença”,

Desta forma, a conclusão da pesquisa é contundente: “Com a variante Delta, o limite global da imunidade de grupo parece ser inatingível”, disseram os especialistas.

A equipe que produziu o relatório concluiu ainda que “é improvável que a abordagem ‘zero Covid’, adotada por vários países (incluindo Austrália, China e Nova Zelândia), seja sustentável a longo prazo”, adiantando que tais políticas “representam uma oportunidade económica perdida.”

O documento chama também a atenção para o custo económico e social da desigualdade global na distribuição de vacinas e prevê que os países que não imunizaram 60% da sua população até meados de 2022, registem perdas de 2,3 bilhoes de dólares entre 2022 e 2025.

“Até ao final de agosto, cerca de 60% da população dos países mais riscos tinha recebido pelo menos uma dose da vacina do coronavírus”, explicam os especialistas, acrescentando que “pelo contrário, as campanhas de vacinação estão a avançar em ritmo lento nas economias mais pobres”.

Agathe Demarais, diretora da Global Forecasts e autora do relatório, acredita que “há poucas hipóteses de que a lacuna no acesso às vacinas seja ultrapassada” e isso prende-se com o facto de que as economias mais desenvolvidas estão focadas no “reforço da administração de doses”, o que agravará a escassez de matéria-prima e causará “lacunas na produção”.

Essa desigualdade, adianta a responsável, “terá sérias consequências de longo prazo”, como a crise das viagens, os problemas económicos e o “ressentimento crescente nos países emergentes”.


IstoÉDinheiro

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