Rubens pede ao MP e CRM que apurem ocupação de UTI e falta de oxigênio no Hospital de Clínicas


Após uma visita técnica realizada no dia 25 de março ao Hospital de Clínicas de Campina Grande, unidade gerida pelo Governo do Estado para o atendimento de pacientes com covid-19, o vereador Rubens Nascimento (Democratas) decidiu formalizar uma solicitação de providências junto ao Ministério Público Estado e ao Conselho Regional de Medicina quanto a dois pontos que considerou preocupantes.

O primeiro, conforme já havia manifestado logo após a visita, é o protocolo de internação de pacientes na UTI no HC. Em ofício encaminhado ao MP e ao CRM, o vereador apresentou dados mostrando que a taxa de ocupação de leitos de UTI no hospital chega a ultrapassar os 100%, enquanto a enfermaria da mesma unidade apresenta baixa ocupação.

“Isso acontece porque a política do hospital é colocar na UTI pacientes que estão recebendo a ventilação não-invasiva (VNI), o que se mostra preocupante, afinal, isso acaba esgotando a oferta de leitos que deveriam se destinar àqueles pacientes que estão em um quadro mais grave e precisam da estrutura da terapia intensiva para sobreviver”, comentou Rubens.

No documento, o parlamentar menciona o próprio Protocolo Clínico do Centro Estadual de Disseminação de Evidências em Saúde da Covid-19 da Secretaria Estadual da Saúde que estabelece os critérios de internação em UTI e, conforme ressalta Rubens, não orienta em conformidade com a conduta praticada no Hospital de Clínicas. O mesmo se dá em relação aos protocolos da Associação de Medicina Intensiva (AMI).

“Solicito com urgência verificação in loco do CRM e Promotoria da Saúde, com visita a estas unidades (estadual e municipal) e adequação de protocolos nacionais e da  AMI para que os hospitais possam seguir os critérios de internação em UTI, não se admitindo, portanto, o uso de VNI em pacientes com covid-19 em leitos de UTI (se for o caso e em avaliação e deliberação técnica)”, requer o vereador.

USINA DE GÁS

O vereador Rubens Nascimento também solicitou ao CRM e ao Ministério Público que apurem os fatos ocorridos no dia 18 de março no Hospital de Clínicas quando 25 pacientes tiveram que ser transferidos às pressas para o Hospital de Trauma por conta de um colapso no fornecimento de oxigênio.

Isso teria ocorrido porque a unidade recebeu um número bem maior de pacientes que a capacidade do fornecimento da usina de gás, conforme alertado pela própria empresa responsável pelo insumo.  Rubens pede a verificação da capacidade real da usina de gases instalada no Hospital de Clínicas, bem como a instauração de um procedimento administrativo para apurar a transferência de pacientes devido a uma provável instabilidade no sistema.

“Essas providências poderão evitar outros momentos de grave risco aos pacientes ali internados, caso um outro momento de instabilidade venha a ocorrer, bem como avaliar a eventual responsabilização pelo ocorrido na unidade hospitalar, quando da necessária providência de remoção dos pacientes”, frisou Rubens Nascimento no ofício.

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