Muitos não deram ouvidos. Acharam que era terrorismo, alarmismo, alimentação do pânico. Criticaram a imprensa, especialistas, profissionais de saúde. Mas os números de mortes registradas pelas autoridades da Paraíba só reforçam a previsão de que teríamos o março mais doloroso de nossas vidas.
Pico, pelo menos por enquanto, da “maior tragédia sanitária do país”, como afirmou o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros.
Os números revelam ainda mais que, sem ações individuais, coletivas e institucionais, o cenário de luto pode se estender para abril.
Para se ter uma ideia, em 17 dias deste mês tivemos 584 mortes na Paraíba. Somente em junho, julho e agosto de 2020, foram registradas mais mortes do que nessa metade de mês. Em junho, foram 617 mortes; em junho, 834 mortes; e agosto, 639.
Abaixo, levantamento dos últimos 12 meses.
Abril: 66
Maio: 293
Junho: 617
Julho: 834
Agosto: 639
Setembro: 374
Outubro: 277
Novembro: 194
Dezembro: 377
Janeiro: 384
Fevereiro: 440 (28 dias)
Março: 584 (17 dias)
Os números “no papel” são frios. Mas é sempre bom lembrar que por trás deles têm uma pessoa amada em um círculo familiar e social. A humanidade dos dígitos é mais fácil de ser percebida por alguém que conhece de perto a rosto de cada número. O jeito, a personalidade, a importância no convívio.
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Dados: Joalison Silva/TV Cabo Branco/SES/PB
JPOnline/ConversaPolítica
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