Após o MP, Conselho das Secretarias Municipais também questiona distribuição de vacinas pela Secretaria de Saúde da Paraíba


Para entidade, desequilíbrio permite à Capital estar à frente dos outros municípios, no processo de imunização


A exemplo do Ministério Público da Paraíba, que já fez questionamento a respeito da polêmica, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (Cosems-PB) também chegou à conclusão: há claros erros na distribuição de vacina contra covid-19, pela Secretaria do Estado da Saúde, que destinou doses excedentes para a Prefeitura de João Pessoa, em detrimento dos outros 222 municípios paraibanos. 


O questionamento de uma instituição e uma entidade abalizadas, sobre os critérios de distribuição de vacinas pelo Governo da Paraíba, reforça a denúncia do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, no início desta semana de que tem havido um desequilíbrio no processo de distribuição dos imunizantes, prejudicando não só Campina Grande, mas todas as outras 221 cidades do Estado. 


Em suas redes sociais, Bruno já denunciava o que estava ocorrendo e pediu providências ao Ministério Público da Paraíba, que já se manifestou pela procedência da irregularidade apontada. 


Desequilíbrio 


O Cosems-PB, em nota, vai mais além: quer o reparo do “equivoco”, com a consequente compensação das doses aos municípios prejudicados. 


A entidade se manifestou pelo site oficial do Conselho, informando que houve um erro de interpretação, por parte da SES, em relação à liminar em favor de João Pessoa, que acabou prejudicando os municípios com menor quantitativo de doses para vacinação dos idosos. 


“Ao verificarmos o problema, enviamos um documento à SES, solicitando reparação desse equívoco para os municípios que estão sendo prejudicados”, explicou a presidente do Conselho, Soraya Galdino.


E completou: “Por causa disso, o município de João Pessoa está à frente na faixa etária de vacinação, dando à população, a impressão que os demais municípios estão com suas vacinas ‘atrasadas’ quando, na verdade, é porque a Capital recebeu mais doses, em detrimento dos outros, e conseguiu avançar muito mais”. 


Dando bases concretas ao que o prefeito Bruno apontava no inicio desta semana, o Cosems-PB revela que, por conta dessa prática, João Pessoa  “terminou recebendo, portanto, 100% das doses que seriam destinadas aos idosos, mais um acréscimo de 6%, para imunizar profissionais de saúde. Esses 6%, ao contrário do que determinava a decisão judicial, não foram retirados da quota do município, mas, sim, de todos os demais. Há prejuízo evidente em tal modo de agir”, acentua.

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