Com pandemia, Papai Noel também vai usar máscara, fazer home office e lives


 

Em 2020, até o Papai Noel teve que se adaptar aos encontros a distância e à limitação de contato. No trabalho presencial em shoppings para este Natal, foram criados protocolos para interagir com as crianças, como uso de máscara, luva descartável e escudo facial.

Outra opção estão sendo lives e vídeos gravados para serem vistos na segurança de casa. Ou seja, Papai Noel de home office.

Aula virtual de Papa Noel

Até a Escola de Papai Noel do Brasil, que existe há 27 anos no Rio de Janeiro, agora tem aulas virtuais, com disciplinas de improvisação, ginástica laboral, música e cuidados com a barba.

Agora, com a quarentena, também há aulas com um diretor de câmera que ensina a fazer enquadramento para lives, vídeochamadas e vídeos gravados, e uma psicóloga para analisar o comportamento infantil e das famílias durante a pandemia.

Agora é trabalho online

Claudemir Carlos da Silva, 67, é aluno antigo da escola. Desde 2007, ele faz o curso e é agenciado pela Escola de Papai Noel. Neste ano, ele aguarda as instruções e novos contratos e a perspectiva de trabalhos online.

É um novo tempo, tem que lidar com as novas tecnologias. Lidar com a novidade das câmeras no curso está sendo tranquilo, apesar de novidade para nós, idosos.
Claudemir Carlos da Silva, 67, candidato a Papai Noel

Emprego em baixa neste ano

Depois de selecionados, os Papais Noeis são agenciados pela escola, que fecha os contratos com os shoppings, lojas e organizadores de eventos.

"Os pré-requisitos são gostar de criança, ter barba natural e mais de 50 anos", afirma o ator, diretor de teatro e um dos criadores da escola, Limachem Cherem, 64 anos.

Nos anos anteriores, de 25 a 30 contratos já estariam fechados, com valores de R$ 5.000 a R$ 20 mil, mas agora há apenas um negócio fechado com um shopping, conta Cherem.

A gente acredita que, aos 45 minutos do segundo tempo, a situação vai mudar, porque o espírito do Natal ainda existe.
Limachem Cherem, criador da Escola de Papai Noel do Brasil

O taxista Ednaldo Braz da Silva, de 58 anos, foi o único contratado. Ele atua área há três anos como Papai Noel e há dois anos é aluno da escola. Segundo ele, serão 52 dias de trabalho no período da tarde, com três ou quatro dias presenciais, e o restante da semana em um estúdio para interagir por meio de tótens com o público.

Pela manhã, ele vai trabalhar no táxi e, à tarde, no shopping, para complementar a renda.

Para o trabalho presencial, foram criados protocolos, segundo Cherem, com o uso de máscara, luva de pano com luva descartável por cima, escudo facial e proteção para a bota.

Carlos Doria, de 58 anos e Papai Noel há 11, decidiu investir: agora ele tem um estúdio caseiro com três câmeras para se diferenciar no mercado e atender aos pedidos das crianças por videochamadas ou vídeos gravados.

Nada vai impedir que eles tenham a festa com o Papai Noel deles.
Carlos Doria, de 58 anos e Papai Noel há 11 anos

Segundo Doria, houve um aumento na procura por esses serviços a distância, que ele já fazia anteriormente. "Essa pandemia só acelerou as coisas. É ruim? Muito ruim em questão de doença, mas muitas pessoas conseguiram estar junto da sociedade sem estar junto presencialmente."

Ele foi além das múltiplas câmeras e investiu em quatro operadoras de internet para que o sinal não caia e atrapalhe a interação com as crianças. Além disso, agora há a opção de a equipe do artista enviar os presentes a um ente da família e entregar enquanto o Papai Noel conversa com os pequenos.

Vídeos gratuitos para crianças

Desde o início da pandemia, o Papai Noel Gesualdo D'Avola, de 61 anos, diz que gravou vários vídeos gratuitos para crianças e famílias. Pais mandam mensagens por WhatsApp com o nome dos filhos e recebem a gravação, um trabalho voluntário de Gesualdo. Segundo ele, algumas pessoas decidem pagar um valor autoestipulado pelo serviço, mas sem obrigatoriedade.

Antes, ele era motorista de aplicativo e era conhecido pelos passageiros como o "Papai Noel do Uber", mas teve de parar em março, quando a quarentena começou, por ser hipertenso.

Todas as segundas-feiras, ele faz uma live com a mulher, que se veste de Mamãe Noel, e convida psicólogas, dentistas, professoras e psicopedagogas para ensinar bons hábitos às crianças.

O trabalho como Papai Noel começou em 2013 e, agora, com a mudança, ele diz que tem sido gratificante e tem dado para pagar as contas.

Faço vídeos personalizados como se o Papai Noel estivesse no Polo Norte falando com as crianças. A pessoa vai ter a nítida sensação que o Papai Noel está meio que ao vivo lá.
Gesualdo D'Avola, 61 anos e Papai Noel há 7 anos

"Foi a maneira mais tranquila que eu achei para que não houvesse nenhum tipo de risco em relação às crianças e ao Papai Noel", disse.


Uol


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