Gaeco denuncia Ricardo e mais 12 por fraudes no Hospital de Trauma

O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) tornou-se alvo, nesta quinta-feira (4), da quinta denĂșncia de envolvimento em suposto esquema desvio de recursos pĂșblicos. Ele Ă© acusado pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do MinistĂ©rio PĂșblico da ParaĂ­ba, de ter comandado uma organização criminosa instalada no governo do Estado entre os anos de 2011 e 2018. A atual peça acusatĂłria trata de suposta corrupção em contratos firmados pela Cruz Vermelha Brasileira com o governo do Estado para gerir o Hospital de EmergĂȘncia e Trauma Senador Humberto Lucena.

AlĂ©m de Coutinho, sĂŁo acusados de participação no esquema Daniel Gomes da Silva, LivĂąnia Farias, Waldson de Souza, Jovino Machado da NĂłbrega, Ney Suassuna, Aracilba Rocha, FabrĂ­cio Suassuna, Otto Hinrichsen JĂșnior, Edmon Gomes da Silva, Saulo de Avelar Esteves, Gilberto Carneiro da Gama e Sidney da Silva Shmid. Todos sĂŁo acusados de participação no esquema, com maior ou menor grau e envolvimento.

De acordo com o histórico descrito no processo, a Cruz Vermelha chegou à Paraíba trazida por Daniel Gomes, que foi apresentado ao então candidato a governador Ricardo Coutinho em 2010. A apresentação dos dois foi feita pelo ex-senador Ney Suassuna. Naquele ano, o empresårio doou, utilizando o nome de um tio, R$ 200 mil para a campanha eleitoral de Coutinho. Depois disso, teria havido o afinamento para a chegada dele na Paraíba com o intuito de administrar o Hospital de Trauma. Isso ocorreu jå em 2011.

“Segundo constatado, o inĂ©dito modelo de gestĂŁo pĂșblica no Estado da ParaĂ­ba somente foi concretizado apĂłs prĂ©vio pagamento de propina e fraude ao processo de dispensa de licitação n° 27/2011, atos necessariamente precedentes ao CONTRATO DE GESTÃO N° 01/2011, que marcaria o inĂ­cio de um modelo de governança regado Ă  corrupção, tingido pelo desvio de recursos pĂșblicos em prol de agentes polĂ­ticos”, diz um dos trechos da denĂșncia.

De acordo com a acusação, o esquema de desvio de recursos teria provocado prejuĂ­zo de R$ 20 milhĂ”es aos cofres pĂșblicos, sĂł nos contratos do Hospital de EmergĂȘncia e Trauma. O lapso temporal da vigĂȘncia das irregularidades seria entre 2011 e 2019, perĂ­odo no qual a Cruz Vermelha Brasileira esteve Ă  frente do Hospital de Trauma. A denĂșncia diz que desde o primeiro ano havia esquema de corrupção com a criação, inclusive, de caixa de propina para o enriquecimento ilĂ­cito de autoridades.

Na ação, o MinistĂ©rio PĂșblico da ParaĂ­ba pede a condenação dos 13 denunciados, bem como a perda da função pĂșblica ou emprego eletivo. É pedido, tambĂ©m, o ressarcimento aos cofres pĂșblicos de pelo menos R$ 6.597.156,19, correspondente ao recurso desviado ilicitamente do tesouro estadual pelos acusados, sendo R$ 4.100.737,24 referente ao pagamento indevido da taxa de administração; e R$ 1.408.335,47  vinculado ao pagamento por bens e serviços nĂŁo fornecidos.

Blog do Suetoni

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