'ESPANTADO COM A MELHORA', DIZ MÉDICO COM CORONAVÍRUS TRATADO COM CLOROQUINA


O cardiologista Felipe Santos, de 31 anos, foi diagnosticado com coronavírus, teve o quadro clínico agravado e acabou indo parar na UTI de um hospital em São Paulo. Por iniciativa própria, sugeriu a equipe que lhe atendia o tratamento experimental da hidroxicloroquina associado à azitromicina. Poucos dias depois, o médico diz ter tido uma evolução significativa no seu estado de saúde.
"Conversei com os colegas que me tratavam e pedi para participar desse teste. Eles aceitaram, precisei assinar um termo de consentimento e iniciei o tratamento. Duas vezes por dia durante dez dias. Agora já estou no sétimo dia de tratamento, há uma semana em casa, e fiquei espantado com a melhora do meu quadro geral. Acho sim que grande parte foi graças à medicação", contou À ÉPOCA.
O primeiros sintomas do coronavírus começaram a aparecer em 13 de março, com um cansaço "que não passava" e outras características de um resfriado comum. Segundo o cardiologista, ele chegou pensar que poderia ser um reflexo da carga horária de 12 horas diárias de trabalho, mas a piora aconteceu de forma muito rápida. No dia seguinte, a tosse surgiu e, 24 horas depois, veio a falta de ar em pleno repouso.
"Minha esposa também é médica e começou a levantar a possibilidade de eu ter me contaminado com o coronavírus. Quando fui trabalhar, todos os colaboradores estão passando por uma triagem para identificar possíveis infecções antes de começar o atendimento. Foi feita uma anamnese, exame físico e meus sinais vitais foram checados. Minha saturação estava muito baixa e logo fizeram uma tomografia e o teste para o Covid-19", contou Felipe.
O primeiro exame de imagem já mostrou os pulmões debilitados, sugerindo a infecção viral. Pelo quadro clínico, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva de imediato. "Depois de dois dias veio uma melhora e fui transferido para enfermaria, mas na primeira noite lá a falta de ar persistiu. Houve uma oscilação no meu quadro, mas não foi necessário retornar à UTI", afirmou.
Com a melhora lenta, Felipe e a família, também de médicos, começaram a pesquisar mais sobre a doença e encontraram um estudo em Marselha, na França, utilizando a hidroxicloroquina junto da azitromicina para tratar o coronavírus, com uma boa resposta dos pacientes.
Segundo o médico, três tomografias foram feitas desde que a doença foi identificada. A segunda mostrou uma melhora nas imagens do pulmão, mas a terceira, realizada na última quinta-feira (26), mostrou o quadro de um paciente "praticamente curado".
Originalmente, a hidroxicloroquina é utilizada por pacientes no tratamento de doenças como  lúpus, malária e artrite reumatoide. Nesta sexta-feira (27), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a realização de pesquisas com o componente para o tratamento do novo vírus. Segundo o órgão, a liberação contempla o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e pode contribuir no avanço da busca de uma cura para o novo coronavírus.
Apesar do sucesso no tratamento, Felipe Santos lembrou que o uso da medicação não pode ser feita sem a indicação médica e alertou sobre os perigos da automedicação. "A busca pelo remédio nas farmácias é errado, um desserviço. É crucial uma avaliação médica para excluir as contraindicações, fazer uma avaliação cardiológica e avaliar os possíveis efeitos colaterais. Sem contar as pessoas que precisam da medicação para tratar outras doenças e podem ficar sem", diz.
Entre a comunidade médica, o cardiologista afirmou que muitos profissionais estão buscando estudos que possam validar o tratamento, além da realização de alguns testes terapêuticos, mediante termo de consentimento, como foi feito com ele.
"Estamos vendo melhoras químicas e laboratoriais no quadro clínico dos pacientes infectados com coronavírus e tratado com as medicações associadas, então é evidente que grande parte da população médica deve seguir aderindo ao tratamento", conclui.


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