Ex-superintendente da Polícia Civil diz que foi pressionado para tirar Lucas Sá da ‘Operação Cartola’


Vice-presidente da Adepdel, o delegado e ex-superintendente de João Pessoa, Marcos Paulo Villela, revelou que foi pressionado para tirar o delegado Lucas Sá de Oliveira do comando da Delegacia de Defraudações da Capital e, por consequência, da ‘Operação Cartola’. A investigação apurou fraudes no futebol paraibano e o envolvimento de agentes políticos no suposto ‘esquema’.
“Lucas Sá na época que ele estava na Defraudações eu era o então superintendente. Nós saímos de uma delegacia com 8 policiais para 23. A gente entendia que deveríamos investir porque era uma delegacia que poderia fazer essa contribuição. E toda a sociedade sabe o que aconteceu. Não só ele foi exonerado, como eu também. Até porque em vários momentos me pediram para tirar e eu disse que não tiraria o delegado que estava fazendo o seu trabalho de maneira correta e para tirá-lo teria que me tirar também. E foi isso que aconteceu”, afirmou o ex-superintendente, em entrevista à Rádio CBN.
O ex-superintendente também defendeu a implantação de subsídios, como forma de possibilitar uma maior independência das categorias – sobretudo no caso de investigações que apurem crimes de corrupção e desvios de recursos públicos.  Ele citou como exemplo a Operação Calvário, que investiga desvios de recursos estaduais, mas é capitaneada pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Federal.
“A questão da Calvário é estranho, porque os crimes são todos estaduais. E a gente não pode participar porque pode ser perseguido, pode ser transferido. E se há uma remuneração por subsídio isso é muito difícil de acontecer”, argumentou Marcos Paulo.
A Adepdel é uma das 14 entidades que fazem parte do Fórum de Segurança Pública. A entidade tem reivindicado, além do subsídio, um ‘plus’ no reajuste dos servidores da Segurança Pública. O delegado Lucas Sá foi exonerado da Delegacia de Defraudações e depois pediu afastamento temporário do cargo. Ele também foi alvo de uma sindicância, instaurada pela Corregedoria da Polícia Civil.
Operação
A Operação Cartola é considerada a maior ação de combate à corrupção no futebol nos últimos anos no Brasil. Foram 8 meses de investigações e mais de 105 mil ligações gravadas com autorização judicial. O Ministério Público já apresentou três denúncias contra 27 pessoas envolvidas no esquema. Vários dirigentes do futebol paraibano foram afastados e a direção da Federação Paraibana de Futebol (FPF) modificada, após as investigações.


jornaldaparaiba

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