Operação Calvário avança sobre obras geridas por João Azevedo durante governo de Ricardo Coutinho

O ex-governador Ricardo Coutinho parece não ter mentido quando disse na última campanha eleitoral que João Azevedo, então super secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia, era um “grande construtor” do tal projeto socialista na Paraíba. É que o sucessor de Coutinho era o homem das obras, muitas delas grandes, por sinal, e que devem entrar na pauta da Operação Calvário nesses próximos dias.

Novas revelações em torno da Operação Calvário colocam na cena do crime a empresa Via Engenharia, responsável por grandes obras no Estado. Para se ter uma ideia, a empreiteira teria pago de propina 3% dos contratos firmados com o Governo do Estado da Paraíba nas gestões socialistas, segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba.

Confira o trecho:

Participação da empresa VIA ENGENHARIA na organização criminosa;

Em seu depoimento disse: “QUE a VIA ENGENHARIA foi com IVAN BUTIRY para recebimento e também foi na sede da empresa em Brasília conversar com NOLLI no período da campanha de 2012, 2014, 2016 e só não foi em 2018; QUE NOLLI era a ligação/operador da VIA ENGENHARIA; QUE era com NOLLI que conversava para saber como seriam os pagamentos; QUE havia um acerto, dito por NOLLI, que tudo que se pagasse ao consórcio, pois era um consórcio da QUEIROZ GALVÃO, VIA e MARQUISE seria 3%; QUE quem pagava era a VIA e IVAN que pegava; QUE uma vez foi com LEANDRO em Brasília e recebeu o dinheiro; QUE ficaram num hotel em Brasília e distribuiu para os fornecedores.

Nos bastidores da investigação, a informação que circula é que o percentual teria começado com 3%, mas que teria sido elevado ainda no primeiro governo de Ricardo Coutinho, chegando ao patamar de 25% a 30%, dependendo da obra.

No radar dos investigadores, obras emblemáticas e que tiveram o acompanhamento de perto de João Azevedo. Reformas dos estádios Almeidão, em João Pessoa, e Amigão, em Campina Grande; obras de estradas, hospitais, colégios e até o viaduto do Geisel já estão sendo objeto de análise aprofundada. Novidades devem surgir em breve.