Não é só nos combustiveis que conflito EUA x Irã atinge o Brasil


O primeiro efeito foi sentido poucas horas após o ataque que terminou na morte do comandante iraniano Quassim Suleimani: com a tensão sobre uma possível escalada do conflito entre Estados Unidos (EUA) e Irã, o preço do barril de petróleo chegou a US$ 69,50, em alta de quase 4%. Também não tardou para que as bolsas internacionais fossem afetadas e o dólar subisse 0,74%.
Sem saber ainda qual vai ser a reação iraniana ao ataque estadunidense, o mercado prevê uma normalização de preços nos próximos dias. O Irã, contudo, anunciou “retaliação severa” ao que chamaram de “o maior erro de cálculo dos EUA desde a Segunda Guerra”.
Assim, se o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, cumprir a ameaça, o clima pioraria. Com os barris de petróleo mais caros, diversas áreas da economia devem ser afetadas, desde os preços de fretes até os de alimentos e derivados de petróleo – a lista vai de tecidos a produtos fabricados em plástico, por exemplo.
A perspectiva de alta no preço dos combustíveis movimenta o governo federal. Na próxima segunda-feira (06/01/2020), o presidente Jair Bolsonaro deve se encontrar com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o tema.
Ele garantiu que não pretende interferir nos preços estabelecidos pela Petrobras, mas admitiu, no entanto, que pode agir no caso de os combustíveis dispararem. Políticas de contenção de preços do combustível, adotadas principalmente no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), já foram alvo de intensas críticas, incluindo de Bolsonaro.
Isto porque, na prática, a Petrobras acabava vendendo seus produtos abaixo do preço de mercado e, consequentemente, amargando prejuízos.
Quem também se prepara para possíveis aumentos de preços de combustíveis são as companhias aéreas, que podem ser afetadas não só por causa do querosene, mas também em outras áreas de operação. Isso porque, como as bolsas reagiram ao conflito, alterações na taxa de câmbio também podem afetar custos como manutenção e arrendamento de aeronaves.
Confira algumas áreas que podem ser afetadas:
  • Alta no preço da gasolina e do diesel direto nos postos de gasolina;
  • Queda nas bolsas e alta no dólar;
  • Preços mais altos nas passagens aéreas;
  • Alta nas tarifas do transporte público;
  • Com combustível mais alto, podem aumentar também o preço dos alimentos e de commodities, especialmente pelo gasto com transportes;
  • Aumento dos fretes para venda e compra de produtos;
  • Há ainda uma série de itens que usam derivados de petróleo e que podem ser afetados: produtos de limpeza, óleos e lubrificantes, tecidos sintéticos, plásticos e até mesmo medicamentos.

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