MPF denuncia jornalista americano casado com deputado defensor do lulopetismo por invasão hacker em telefones de autoridades


O Ministério Público Federal em Brasília denunciou nesta terça-feira, dia 21, Glenn Greenwald, jornalista norte-americano casado com o deputado do PSol, David Miranda, alinhado ao chamado ‘lulopetismo’, e outros seis envolvidos no ataque hacker contra centenas de autoridades. Segundo a denúncia, Greenwald “auxiliou, incentivou e orientou, de maneira direta, o grupo criminoso”.
A denúncia do MPF contra o grupo que invadiu celulares de autoridades da República traz diálogos de Glenn Grenwald com Luiz Henrique Molição, um dos hackers.
O procurador Wellington Divino Marques de Oliveira diz que as conversas deixam claro que eles sabiam que estavam “incorrendo na prática delituosa”.
No diálogo abaixo, Molição pede orientações a Grenwald sobre se deveriam baixar ou não o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das mensagens roubadas.
Vale ler cada linha:
GLENN GREENWALD: Tudo bom?
LUIZ MOLIÇÃO: Então, é… a gente… eu tava discutindo com o grupo, eu queria falar com você um assunto.
GLENN GREENWALD (Gleen): Hã?
MOLIÇÃO: É… como tá agora, tá saindo muita notícia sobre isso, a gente Chegou… nós chegamos à conclusão que eles tão fazendo um jogo pra tentar desmoralizar o que tá acontecendo.
GLENN GREENWALD: Uhum.
MOLIÇÃO: Igual, o que aconteceu com o Danilo Gentilli, é… o MBL, o Holiday, a gente pegou outubro do ano passado. Eles tão começando a falar disso agora.
GLENN GREENWALD: Pegou o quê?
MOLIÇÃO: A gente puxou o Telegram deles ano passado. Eles tão falando disso agora.
GLENN GREENWALD: Ah, sim sim.
MOLIÇÃO: Então, tudo o que eles, que já aconteceu…
GLENN GREENWALD: Ah sim.
MOLIÇÃO: Eles tão puxando pra agora.
GLENN GREENWALD: Eu vi isso que alguém publicou alguma coisa falando que o Holiday e MBL “foi hackeado”.
MOLIÇÃO: Isso. Eles tão usando isso agora. Então, a gente crê que é um jogo que eles tão fazendo.
GLENN GREENWALD: Mas com com… qual motivo?
MOLIÇÃO: Porque é… como agora tá vindo também notícia do… dos ata… dos ataques ao Moro, ao MPF, já, já tão pre… prevendo que vai acontecer alguma coisa.
GLENN GREENWALD: Com certeza, mas eu, isso depende… a a dificuldade é entender o motivo com que eles tão tentando… porque… que que estamos pensando é que quando publicamos, obviamente, todo mundo “vou” utomaticamente pensar que “essa material” é enganação como por exemplo tudo o que aconteceu “no semana” passada com Moro.
MOLIÇÃO: Sim.
GLENN GREENWALD: E nós vamos deixar muito claro que nós recebemos tudo muito antes disso, e não tem nada a ver com isso, entendeu?
MOLIÇÃO: Uhum. Mas o que acontece? O que eles tão falando também é que o celular, ele foi hackeado. Não! O que a gente faz é pegar o Cloud do Telegram. A gente não pegou nada do celular.
GLENN GREENWALD: Entendi. Então, eu sei, eu sei. Mas, é possível que tenha um “outro pessoa” fazendo isso?
MOLIÇÃO: É provável.
GLENN GREENWALD: Isso é uma coin… é é… é uma coin… é uma coincidência que…no tempo que estamos prontos para publicar que isso está acontecendo eram outras pessoas.
MOLIÇÃO: Sim, mas igual a gente falou, nosso perfil não é de é…fazer… chamar atenção.
GLENN GREENWALD: Eu sei, eu sei , eu sei disso. Então, tem duas opções obviamente são: um, tem “outro pessoas” tentando hackear ou hackeando eles, ou o outro é que elas tão mentindo. Mas eu não posso entender o motivo para mentir.
MOLIÇÃO: Uhum.
GLENN GREENWALD: Porque, por exemplo, se eles soubessem que… alguém está preparando de publicar ou que, ou pior ainda, que nós “estamos pronto” para publicar, “eles ia” pra Tribunal, pegam um ordem do Judiciário proibindo qualquer publicação ou reportagens com esse material, mas ainda ninguém fez isso. Então, isso está me deixando a impressão que eles não sabem quem tem “essa material”.
MOLIÇÃO: Não, saber eles sabem.
GLENN GREENWALD: Porque… oi?
MOLIÇÃO: O Deltan, ele sabe que pegaram. Tanto que ele…
GLENN GREENWALD: Ele sabe que alguém pegou, mas ele não sabe quem tem.
MOLIÇÃO: Sim, isso é certo, eles não sabem quem pegou.
GLENN GREENWALD: Então, então, para mim que não estou entendendo é o motivo, o motivo desse jogo. Para fingir com essa é… ou por que por que eles tão plantando “essas artigos” sobre como Moro e “Dalton” e MBL está sendo hackeado? Eu não entendo o motivo. Entendeu?
MOLIÇÃO: Sim.
GLENN GREENWALD: Mas é uma coincidência grande. Eu… isso é, tem “um chance” muito grande que tem uma conexão com tudo, tudo disso, mas… nós estamos trabalhando muito o mais rápido possível para publicar, ah… três artigos no mesmo tempo que vai ser muito explosivo, e… isso vai acontecer muito logo.
MOLIÇÃO: Sim. A gente também queria saber a sua opinião a respeito de algo. Como, assim que você publicar os artigos, todo mundo vai excluir as conversas, todo mudo vai excluir o Telegram, a gente queria saber se você, o que você recomenda fazer. A gente tem alguns nomes separados, a gente pegar esse final de semana já puxar a conversa de todo mundo ou deixar quieto por um tempo. Porque as… tem tem pessoas que tem um número antigo, ou seja, nem tem mais o número, que dá pra puxar as conversas que tem.
GLENN GREENWALD: Sim. Olha, nós vamos, por que que vai acontecer? É que com certeza eles vão tentar acusar a gente que nós participamos na, na no hack. Eles vão tentar acusar que “nós formam” parte dessa ah… tentativa de hackear. Eles vão com certeza acusar. Então para mim, mantendo as conversas, são as provas que você só falou com a gente depois você tinha tudo. Isso é muito importante para nós como jornalistas para mostrar que nossa fonte só falou com a gente depois que ele já tinha tudo.
MOLIÇÃO: Sim.
Em outro trecho de diálogo com o hacker Luiz Henrique Molição — reproduzido na denúncia do MPF –, Gleen Greenwald indica que o grupo criminoso deveria apagar as mensagens roubadas de autoridades e repassadas a ele.
Para o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, Greenwald, ao agir assim, tentava se desassociar do material ilícito, “caracterizando clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos”.


Com informações de O Antagonista

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