Menos de 2% dos cursos superiores avaliados pelo MEC tem nota máxima


Em uma avaliação do governo federal em mais de oito mil cursos do ensino superior menos de 2% conseguiu atingir a nota máxima.
O Ministério da Educação avaliou cursos como economia, contabilidade, administração, jornalismo, psicologia e relações internacionais.
O levantamento foi feito com dados de 2016 a 2018 do Enade, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, e leva em conta também a formação dos professores, o tempo que eles dedicam ao trabalho, a opinião dos estudantes sobre o curso e a nota que o Ministério da Educação dá aos cursos de pós-graduação. O levantamento mostra que não há diferença significativa entre a nota obtida pelos cursos à distância e os cursos presenciais.
Dos 8.520 cursos avaliados, só 1,7% conseguiu a nota máxima 5. São cursos de excelência. Já 31% dos cursos tiraram 4. A maioria ficou com nota 3 que, segundo o governo, não é um resultado ruim.
Para 9,5%, a nota foi 2 e menos de 1% recebeu a nota 1, ou seja, são cursos com pouca estrutura e uma avaliação ruim tanto de alunos como de professores.
As universidades públicas federais tiveram resultados bem melhores que as faculdades particulares com fins lucrativos: 12,4% das universidades federais tiraram nota 5 contra 0,8% das faculdades privadas.
João Gabriel Kamezawa estuda na Universidade Federal de São Carlos, uma das tirou nota máxima. Ele acha que esse resultado faz diferença.
“Isso me dá muito mais credibilidade de acreditar que aqui eu vou me tornar um profissional muito melhor e preparado para o mercado”, contou.
O presidente substituto do Inep, Camilo Mussi, disse que o levantamento é importante para que os próprios cursos possam buscar caminhos para melhorar.
“Se a instituição está em um nível abaixo do 3, ou seja, ela pode melhorar. Então, realmente, essa avaliação é importante para haver essa melhoria”, destacou.
Rodrigo Capelato, diretor-executivo da Semesp, disse que só o resultado não é suficiente para o estudante ter uma avaliação completa do curso e da faculdade.
“Ele é um bom indicativo, como eu falei, porque ele é composto por uma série de informações interessantes, mas o aluno deve se cercar de outras informações. Qual é a taxa de sucesso dos alunos, qual é a taxa de empregabilidade, como é que é infraestrutura? Alunos que saíram de lá gostaram? E assim por diante. É preciso tomar mais informações na tomada dessa decisão”, explicou.
Em uma solenidade em Palmas, o presidente Jair Bolsonaro criticou o desempenho dos estudantes brasileiros.
“Entre as 200 melhores universidades do mundo, tem alguma brasileira? Não tem. Isso é um vexame. O que se faz em muitas universidades e faculdades do Brasil? O que os estudantes fazem? Tudo, menos estudar. Querem o quê? Qual o futuro nosso? O que nos espera lá na frente?”, disse.

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