Delação: “Chegou mangas” era senha para recebimento de propina de Ricardo Coutinho


A Operação Calvário continua movimentando a política do estado da Paraíba.
As delações premiadas que apontam o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) como líder de uma organização criminosa, que desviava recursos de áreas de Saúde e Educação, estão sendo publicizadas e novos capítulos estão trazendo desdobramentos da operação, que resultou no mandado de prisão do socialista.
O depoimento que vem chamando atenção é o da ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias.
Em delação premiada, Livânia informou que chegou a entregar, em mãos, mais de um milhão de reais oriundos de propinas negociadas com a organização Cruz Vermelha, responsável por gerenciar hospitais do Estado durante os dois governos de Ricardo Coutinho.
Livânia foi presa durante as primeiras fases da Operação Calvário, em março, mas o depoimento dela só chegou a público agora.
Ela revelou que era responsável por receber os valores e entregar a Ricardo.
– Houve entrega em São Paulo e ele trouxe pra cá. Ele trouxe 800 mil em 2018. Eu recebi próximo ao hotel Íbis. Eu que recebi e fui deixar na granja. Entreguei ao governador Ricardo Coutinho – contou.
Da segunda vez que ela informou ser a responsável pelas propinas, Livânia revelou que enviou uma mensagem ao governador, pois era uma grande quantia e não podia chegar com o dinheiro em casa.
Foi nesse momento que ela disse que havia um código para que fosse à granja do governador.
– Como era um valor alto, eu não podia chegar com tanto dinheiro em casa e passei uma mensagem dizendo que precisava falar com ele. Eu coloquei no meu carro. Fui até a granja e entreguei R$ 1 milhão. Eu só disse que precisava falar urgente com você [referindo-se a Ricardo]. Nesse dia tinha gente lá e ele disse que não poderia me receber naquele momento. Eu mandava mensagem dizendo: “Chegou mangas de Sousa para você” [referindo-se ao dinheiro] – declarou.
Ouça o áudio da declaração íntegra:

Sobre o atual governador, João Azevêdo, Livânia disse que aconselhou Daniel Gomes, responsável pela Cruz Vermelha, a não procurá-lo, pois ele é, segundo ela, avesso as Organizações Sociais.
– O genro do governador mandou mensagem pedindo pra falar com ele. E Daniel queria falar diretamente com o governador, mas eu sinalizei que era melhor não, porque o atual governador não era simpatizantes de OSs – frisou.




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