Marcos Coimbra, sócio da Vox Populi, e o empresário Márcio Hiran Novaes foram condenados a 2 anos, 9 meses e 18 dias de prisão. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários (1 hora por dia de condenação) e pelo pagamento de 30 salários mínimos.
A decisão afirma que os direitos políticos de Pimentel e dos outros réus serão suspensos após trânsito em julgado da condenação – ou seja, quando não couber mais recurso.
Eugênio Pacelli, advogado de Pimentel, disse que a condenação “ultrapassou qualquer limite do razoável”.
“Nunca vi nada tão despropositado e tão contrário à prova dos autos. Colaboradores mudando versões, fatos claramente inventados na polícia e em juízo, e desvendados em audiência. E acolhidos como verdade”, afirmou a defesa.
O advogado afirmou ainda que “essa sentença, de fragilidade surpreendente, será inteiramente revista em recurso.”
No processo, a defesa de Pimentel disse que ele jamais pediu vantagem ou fez promessa de apoio para a campanha eleitoral de 2014. Também alegou que não houve crime de lavagem de dinheiro porque não existiu um crime precedente. “Se houve fraude em notas fiscais com a finalidade de encobertar gastos com a campanha eleitoral, o réu sequer teve ciência muito menos anuência disso”, argumentou a defesa, de acordo com a sentença.
A defesa de Benê afirmou que “essa condenação do Pimentel é fruto da efetiva colaboração do Benê com a Justiça”.
O G1 entrou em contato com o diretório do PT em Minas Gerais por telefone às 8h30, mas não recebeu reposta até as 9h.
A reportagem também telefonou para a defesa de Marcos Coimbra às 8h30 e tentou contato a de Márcio Hiram por e-mail às 8h45, mas não obteve repostas até a última atualização desta reportagem.
A investigação, relacionada à Operação Acrônimo, foi conduzida pelo Ministério Público Federal e depois repassada ao Ministério Público Eleitoral.
Segundo a denúncia, o ex-governador de Minas Gerais cometeu tráfico de influência ao negociar um acordo com o empresário José Auriemo Neto, sócio da JHSF Incorporações. Essa empresa conseguiu o direito de operar o aeroporto Catarina, em São Roque, na Região Metropolitana de São Paulo, e, em troca, fez repasses ao PT e a Pimentel durante a campanha eleitoral de 2014, quando ele disputou o governo de Minas e venceu.
Os investigadores dizem que a pessoa responsável por intermediar as negociações foi o empresário Benê, dono de uma gráfica. Ele assinou acordo de delação premiada e admitiu ter usado a gráfica para pagar vantagens indevidas a Pimentel.
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