Gerentes do BB suspeitos de movimentar R$ 200 mi são alvos da Lava Jato


A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (27) a 66ª fase da Operação Lava Jato, que tem como foco a atuação de três gerentes e um ex-gerente do Banco do Brasil que são suspeitos de terem facilitado centenas de operações de lavagem de dinheiro entre 2011 e 2014.
Segundo o comunicado do MPF (Ministério Público Federal), os “funcionários foram cooptados por operadores financeiros” e o “montante total ilícito movimentado, por meio da realização de transferências bancárias a partir de contas mantidas pela organização, superou a quantia de R$ 200 milhões”.
“Parte significativa do valor foi convertida em espécie para posterior utilização no pagamento de propinas por empreiteiras que praticaram corrupção contra a Petrobras”, diz a nota.
Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo e um em Natal, todos expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, que cuida da Lava Jato na primeira instância.
Esta é a segunda operação da Lava Jato com foco exclusivo em um banco suspeito de ter sido usado para lavagem de dinheiro. Em maio, o alvo da 61ª fase foi o Banco Paulista.
De acordo com o comunicado do MPF, gerentes de três agências do Banco do Brasil em São Paulo “receberam vantagens indevidas para burlar os mecanismos de prevenção a lavagem de dinheiro da instituição”.
“A conduta indevida dos gerentes possibilitou que contas em nome de empresas de fachada controladas por organizações criminosas fossem abertas e operassem na instituição financeira por longo período, realizando centenas de operações de lavagem de dinheiro, inclusive depósitos e saques de valores expressivos em espécie”, afirma a nota.
A procuradoria ainda diz que “fortes evidências” indicam que os gerentes atuaram para encerrar indevidamente registros do sistema de detecção de lavagem de dinheiro. Eles teriam inserido justificativas falsas, o que dificultou a comunicação de operações suspeitas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Além dos gerentes do Banco do Brasil, a investigação também apura o papel de um “doleiro que teria sido responsável por produzir pelo menos R$ 110 milhões, em espécie, para viabilizar o pagamento de propinas”, segundo a polícia.
Procurado, o Banco do Brasil disse que irá se pronunciar por meio de nota ao longo do dia.
Segundo o comunicado do MPF, o banco, informado pelas autoridades sobre o esquema ilícito, realizou apurações sigilosas internas que resultaram na remessa aos investigadores de outras provas da atuação de seus funcionários para facilitar operações de lavagem de capitais.

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) 

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