Saída de Dony de Nuccio reforça “maldição” do Jornal Hoje, da Globo


O pedido de demissão de Dony de Nuccio do papel de âncora do “Jornal Hoje”, da Rede Globo, reforçou na mídia a história de “maldição” que cercaria o noticioso, espécie de ponta-de-lança para uma “promoção” com direito a assento na bancada do “Jornal Nacional”, o noticioso de maior prestígio da emissora e que este ano, em setembro, completa 50 anos. Dony de Nuccio, que começou na Globo em 2011 como repórter, saiu por ter, supostamente, contrariado regras éticas fixadas pela produção de jornalismo da estação. Ele alegou não ter interpretado que contratos milionários que possuía, com um sócio, com o Bradesco, Amil Saúde e outras empresas ferissem as regras da emissora, e queixou-se do fato de ter sido vítima de ataques virulentos ao ser espalhada a notícia da sua demissão. O comunicado explicativo foi endereçado a Ali Kamel, que dita regras na chamada Vênus Platinada.
Dony de Nuccio, segundo todas as versões, estava sendo preparado pela Globo para substituir William Bonner, editor e apresentador do Jornal Nacional, que divide bancada com Renata Vasconcelos. Para os sites da internet, seis apresentadores do “Jornal Hoje” já foram “zicados”, por motivos diferentes, e impedidos de escalar em ascensão a hierarquia profissional, desembarcando na bancada do “Jornal Nacional”. A lista de profissionais “zicados” abre-se com Sônia Maria, que foi demitida do “Jornal Hoje” em 1989 por parecer velha demais para os rígidos padrões estéticos da televisão, sobretudo, o chamado padrão global de qualidade.
Num desabafo que escreveu em represália à sua demissão, Sônia Maria queixou-se de dois pesos e duas medidas por parte da cúpula da Globo e alfinetou veteranos como Cid Moreira. “Para os homens, a empresa já financiou até plásticas de rosto”, fulminou. Ao que se sabe, ela está afastada inteiramente da mídia depois do desentendimento na Globo. Augusto Xavier foi defenestrado em 1995, migrando para outros veículos de comunicação. Leda Nagle foi a segunda apresentadora mais longeva do “Jornal Hoje”, atrás, apenas, de Sandra Annemberg. Marcou época como entrevistadora e nas bancadas de telejornais, que frequentou até 1981 quando deixou a Globo, nunca mais retornando à emissora. Cláudia Cruz foi apresentadora do “Jornal Hoje” durante os anos 90 e recentemente voltou a aparecer em outros telejornais, inclusive, de outras emissoras, até que em 2018 foi presa juntamente com o marido, o ex-deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, ambos acusados de envolvimento com irregularidades. Consta que Cláudia teria noticiado a prisão do marido, que liderava um agrupamento de deputados de vários Estados, inclusive, da Paraíba, mas perdeu o poder.
Um outro apresentador do “Jornal Hoje” que, na versão da mídia, foi “zicado”, é Carlos Nascimento, também referenciado por muito tempo como provável sucessor de William Bonner, que estreou na bancada do “Jornal Nacional” em companhia de sua ex-mulher Fátima Bernardes, hoje apresentando o programa “Encontro”, de variedades e entretenimento. Carlos Nascimento, todavia, deixou a Rede Globo em 2004. Posteriormente, apareceu na telinha apresentando o Jornal da Band 9Rede Bandeirantes) e atualmente divide bancada no SBT Brasil com a jornalista paraibana Rachel Sheherazade. Por último, é mencionado nos quadros do “Jornal Hoje” o carismático Evaristo Costa, que, segundo todas as projeções, iria para a bancada do “Jornal Nacional”. Em 2015, no entanto, Evaristo Costa surpreendeu o público ao se demitir da TV Globo e somente há pouco voltou ao trabalho na emissora CNN Brasil, que está em fase embrionária no mercado de trabalho.
A descoberta de contratos milionários de Dony de Nuccio com empresas privadas, valendo-se da sua condição privilegiada na TV Globo, causou forte impacto negativo junto à cúpula da emissora, de acordo com versões que eclodiram nas últimas horas. O desapontamento foi maior em virtude de haver sido emitido recentemente o código de conduta ética para profissionais das Organizações Globo, e a alegação exposta por Dony de que não havia feito uma interpretação correta e rigorosa das normas foi plenamente desconsiderada na alta direção das Organizações.


com UOL e Notícias da TV

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