Nova fase da Lava Jato apura roubo de R$ 6 bilhões e pode levar Lula, Dilma e PT de volta ao noticiário da corrupção no Brasil


A Operação Pentiti, nova fase da Lava Jato, apura o desvio de 6 bilhões de reais dos cofres públicos e se baseia em materiais levantados em outras fases e com base na delação do ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antônio Palocci. A 64ª Operação da Lava Jato, de nome Pentiti, mirou cinco pessoas em 12 mandados de busca a apreensão, expedidos pela juíza Gabriela Hardt, dentre elas o advogado José Roberto Bartochio e André Esteves, dono do BTG Pactual e tido como ‘banqueiro’ de Lula.
Na entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (23), os delegados da Policia Federal destacaram que a Lava Jato investiga fatos, fatos com fortes indícios de crimes. No caso de hoje, crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. E os fatos de hoje envolvem grandes instituições, sejam elas do ramo financeiro, um banco, sejam elas a nossa grande empresa petrolífera, a Petrobras.
Ao justificar os pedidos de busca e apreensão em endereços relacionados a André Esteves no âmbito da Operação Pentiti, o MPF trata da investigação em torno da existência de conta corrente de propina no valor de 15 milhões de reais que teria sido acertada entre o banqueiro e Guido Mantega e que beneficiaria Dilma Rousseff e o PT.
“Segundo relatado por ANTONIO PALOCCI, ANDRÉ ESTEVES, em tratativas estabelecidas com GUIDO MANTEGA em período próximo ao final da campanha de 2010, teria acertado a destinação dos R$ 15 milhões como forma de garantir a posição do BTG no projeto do pré-sal. Ainda segundo relatado por ANTONIO PALOCCI, R$ 5 milhões teriam sido entregues em espécie por ANDRÉ ESTEVES a BRANISLAV KONTIC.”
Outra linha de investigação envolvendo Esteves diz respeito a possíveis ilícitos na compra pelo BTG Pactual de 50% dos ativos da Petrobras na África (Projeto Suricato), por valor substancialmente inferior ao que havia sido avaliado à época da venda por instituições financeiras estrangeiras de renome.
“Segundo apurado, os ativos haviam sido inicialmente avaliados entre USD 5,6 e 8 bilhões, conforme avaliações realizadas pelos bancos DEUTSCHE BANK e CITI. Todavia, a despeito das avaliações, 50% dos ativos foram vendidos ao BTG PACTUAL por cerca de USD 1,5 bilhão, em valor notoriamente inferior e desproporcional ao da avaliação.”
Recursos para Instituto Lula – Antonio Palocci disse para a PF que seu assessor, Branislav Kontic, teria usado o escritório do advogado José Roberto Batochio “para armazenar fisicamente recursos em espécie” destinados ao Instituto Lula.
Confira a relação dos alvos da operação:
1- André Esteves, presidente do BTG Pactual, é investigado por duas frentes: pagar propina para a campanha presidencial de Dilma para ter vantagem na exploração do pré-sal e consolidar o relacionamento de seu grupo econômico com o PT; e por ter sido favorecido na compra de ativos da Petrobras na África pelo subfaturamento na venda.
2- Graça Foster, ex-presidente da Petrobras, é investigada por direcionar eventuais cobranças por recursos das empresas contratadas para os interesses do PT. A venda de ativos da Petrobras na África para o BTG pactual é o principal objeto de apuração do MPF e da PF.
3- José Roberto Batochio, advogado e ex-deputado federal, é investigado por receber propina da Odebrecht no valor de R$ 1 milhão. Seu nome estava na planilha “Italiano” da empreiteira, e há a suspeita de que haja relação com a “conta corrente geral de propinas” mantidas pela Odebrecht com o PT.
4- Branislav Kontic, aliado de Antonio Palocci, é investigado por assessorar o ex-ministro e delator na interlocução de assuntos ilícitos junto a Marcelo Odebrecht.
5- Maurício Ferro, ex-diretor jurídico da Odebrecht, é investigado por “coordenar e concentrar em si todas as ações relativas as tratativas para impedir o avanço das investigações da Operação Lava Jato” a pedido de Marcelo Odebrecht, seu cunhado.


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