Os perigos da exposição 'radioativa' das redes sociais e o triste caso da blogueira que casou só


Foi tudo muito rápido.
Ela foi abandonada pelo noivo pouco antes do casamento, resolveu fazer a festa e se casar com ela mesma. A inusitada festa bombou na web com mensagens positivas e negativas. Mas a depressão falou mais alto e ela pôs um fim à própria vida. Tudo isso em três dias.

No último sábado (13), Alinne Araújo, digital influencer, anunciou no seu perfil do Instagram que o noivo havia cancelado o casamento, que aconteceria no domingo (14). Alinne expôs sua tristeza e ao mesmo tempo, anunciou que manteria a festa, e se casaria com ela mesma, para celebrar uma nova vida.

No domingo, postou fotos e vídeos da festa de casamento. E na segunda-feira (15), suas amigas informaram que ela havia cometido suicídio.

Alinne, que era conhecida no meio digital por @sejjesincera, já havia mencionado em diversas postagens que sofria de depressão.

Nos posts que se seguiram após o anúncio do fim do noivado e a posterior festa de casamento, renderam centenas de comentários cheios de ódio. Diziam que ela queria aparecer, que estava usando o fato para se promover, que aquela história era toda inventada, que ela havia traído o noivo, que havia sido traída...

Alinne não segurou a onda. Uma moça muito jovem, com um transtorno grave e mortal, que muito provavelmente chegou ao último estágio da depressão com a “ajuda” de um público que está inserido num contexto de ódio que não se explica, e não se compreende.

O debate pode ser direcionado aos perigos da exposição exagerada da vida pessoal e do interesse extraordinário que a vida alheia provoca, e as consequências danosas disso. Ou pode reverberar para a importância de colocar a depressão no centro das discussões sobre a gravidade de uma doença que atinge de forma avassaladora as mulheres jovens. Podemos também discutir quais os limites aceitáveis entre liberdade de expressão e o simples discurso de ódio.

Esse caso abre um leque interminável de temas que poderiam servir de base para intermináveis discussões. Mas o que temos de fato, é uma história triste com um final infeliz.



paraibafeminina

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