Câmara aprova afastamento de prefeito de Uruburetama do cargo após denúncias de crime sexual


A Câmara Municipal de Uruburetama decidiu, na noite desta segunda-feira (15), afastar por 90 dias o prefeito José Hilson de Paiva do cargo após denúncias de abuso sexual. A decisão foi por unanimidade entre os nove vereadores presentes.
Uma comissão da Câmara formada por três vereadores irá elaborar o relatório do processo que pode cassar o prefeito. O vice, Artur Wagner Vasconcelos Nery, vai assumir o cargo em ato na Câmara previsto para às 9h desta terça-feira (16).
Dois suplentes precisaram ser convocados pelo parlamento para votar — já que dois vereadores se consideraram suspeitos no caso em razão de parentescos com o prefeito e o vice.
Cristiane Cordeiro Costa, filha do prefeito, e Alexandre Wagner Albuquerque Nery, filho do vice-prefeito, deram lugar aos substitutos Robério Costa e Wilson Barroso.   
Investigação
Artur Wagner Vasconcelos Nery, o vice-prefeito, que deve assumir o posto enquanto houver o afastamento, foi denunciado em junho deste ano pelo Ministério Público do Estado do Ceará pelo crime de extorsão, praticado contra o prefeito agora afastado. 
De acordo com o MP, o vice participaria de um grupo que teria exigido que o chefe do Executivo assinasse uma carta de renúncia ao cargo, sob pena de divulgar vídeos e fotografias de uma relação sexual extraconjugal com uma funcionária da Prefeitura.
Denúncias
O Sistema Verdes Mares teve acesso a 63 vídeos, feitos entre 2009 e 2012 com, pelo menos, 23 mulheres, além de dezenas de fotos de partes íntimas de pacientes tiradas pelo ginecologista durante exames em Uruburetama e Cruz. 
Dessas, pelo menos 17 foram claramente abusadas. A reportagem ouviu seis vítimas nas duas cidades e teve acesso a relatos de Boletins de Ocorrência. O médico atendia as vítimas sem a especialidade em ginecologia comprovada.
Em 46 gravações, José Hilson realiza atendimentos invasivos e com clara conotação sexual. Um dos vídeos mostra, inclusive, imagens em VHS, o que deixa claro o quanto a prática era antiga. Em muitos casos, os abusos aconteciam sem que a paciente sequer percebesse a violência.





diariodonordeste

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