Jovem morta por marido em SC era ameaçada e vivia um pesadelo, diz irmão


"Ele disse que iria dar um jeito de matá-la se ela não fosse visitar ele (na prisão), que mataria toda nossa família". Foi dessa forma que o irmão de Luana Rutzen, 22, explicou o relacionamento entre ela e o marido Marcelo Carvalho, 30, que foi preso na última segunda-feira (29), suspeito de matar a mulher com três tiros em Joinville (SC).
Os dois estavam casados havia dois meses. Segundo a polícia, Carvalho também atirou na mãe de Luana que está internada em estado grave.
Em entrevista ao UOL, Josnei Rutzen, 28, explica que a relação da irmã com o suspeito sempre foi conturbada. "Ela conheceu o Marcelo no Facebook. Ele adicionou ela e começou a puxar conversa. Ela foi respondendo, mas como ele falava pouco sobre a vida dele e não marcava nenhum encontro, ela perdeu o interesse. Foi aí que ele mostrou quem era. A vida dela virou um pesadelo", recorda.
Carvalho esteve preso por homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma entre junho de 2015 e janeiro de 2018, segundo informações da Polícia Civil. Durante este período, Josnei diz que Carvalho teria se aproximado da vítima usando as redes sociais de dentro da cadeia.
Quando ela descobriu que ele estava na cadeia ficou apavorada. Daí começaram as ameaças. A Luana tinha uma filha de três anos de outro relacionamento. Mandou invadirem a casa da minha irmã do meio, que tem 25 anos. Meu cunhado fez BO (boletim de ocorrência). Mas a Luana tinha medo, nunca prestou queixaJosnei Rutzen, irmã de Luana, morta em Joinville (SC)
De acordo com Josnei, a família tentou ajudá-la, mas não teve sucesso. A mãe de Luana e Josnei, Iliane Aparecida dos Santos, 45, teria inclusive desenvolvido uma forte depressão, por não saber como ajudar Luana, segundo Josnei.
Iliane acabou também sendo vítima de Carvalho, de acordo com a polícia. Ela foi baleada com três tiros, sendo que um dos disparos atingiu o pescoço e chegou até a coluna. A mãe de Luana está na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e corre o risco de ficar paralítica.
Luana não registrou queixa contra Carvalho, mas o irmão relata que ela era vítima de constantes agressões. "Ela foi morar com ele e apanhava muito", diz Josnei. Na véspera do crime, a jovem teria discutido com o marido, foi para a casa da mãe e acabou sendo assassinada na tarde do dia seguinte, segundo informações dadas pela irmã de Luana à polícia.
Ela era uma menina linda, amorosa, carinhosa com toda famíliaJosnei Rutzen, sobre a irmã Luana
Luana trabalhava como garçonete em uma lanchonete de Joinville e anunciou no Facebook que havia se casado com Carvalho em 15 de fevereiro. Segundo Josnei, o casamento foi realizado à força e sob muita ameaça.
O delegado Wanderson Alves, responsável pela investigação, diz que o caso deve ser entregue à Justiça no dia 15. "Estamos ouvindo testemunhas porque não temos dúvidas da autoria", afirma.
Luana foi enterrada na tarde da última terça (30), no Cemitério Municipal de Campo Alegre, pequena cidade no norte de Santa Catarina.
Uol

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