Advogadas municipalistas falam dos desafios enfrentados pelas mulheres na profissão



A luta por mais espaço no mercado de trabalho ainda é uma batalha constante para as mulheres. Neste 8 de março, data que se celebra o Dia Internacional da Mulher, advogadas da Associação Paraibana de Advocacia Municipalista (Apam) relatam os desafios e prazeres que enfrentam no dia a dia.
 
Para a advogada municipalista Yasmin Buriti, o maior desafio enfrentado pelas mulheres que atuam no ramo da advocacia é o ligado ao preconceito. “Apesar de estarmos buscando a quebra de paradigmas ainda há muita desconfiança acerca do trabalho exercido pela mulher advogada. Existe também uma diferença salarial acentuada pelo simples fato de ser mulher, sem contar que muitas vezes somos podadas de realizar atividades no ambiente de trabalho”, afirma.
 
Laryssa Almeida, atual tesoureira da OAB-PB e filiada a Apam, observa que a mulher ainda enfrenta barreiras no mercado jurídico, mas também reconhece que não se pode deixar de comemorar as vitórias como, por exemplo, nessa atual gestão duas mulheres ocupam diretorias da OAB. Sobre a Apam, a advogada destacou as oportunidades e os espaços conquistados em causas importantes. “Enquanto associação a Apam vem acumulando vários marcos de atuação local e nacional e consequentemente, beneficiando as mulheres advogadas.Isso é o mais importante. E diante de tudo isso, eu tenho a convicção de que a advocacia é uma profissão para mulheres por exigir foco, resiliência e uma série de atividades inerentes às mulheres”, afirmou.
 
Já para a advogada especialista em Prática Judicante, Cinthya Souza, a mulher advogada enfrenta uma série de dificuldades ao longo da carreira. “A meu ver, a pior delas é ter que se provar sempre, daí o quanto se tornou comum sermos testadas, devendo continuamente reafirmar nossas habilidades profissionais em situações idênticas aos colegas homens”. Cinthya relata ainda que é comum a sub-remuneração de gênero e as “brincadeiras” sobre a aparência e situações constrangedoras e até mais sérias, como o assédio, que fazem sermos obrigadas a nos impor constantemente.
 
Apesar das dificuldades serem várias, para as mulheres que atuam na advocacia paraibana já é possível visualizar algumas melhorias para o exercício da profissão. Para Cinthya Souza a OAB deve ocupar um papel primordial nesse processo de melhorias para a classe feminina. “Tudo deve começar quando se fala no combate à desigualdade (gênero, salarial) e até mesmo na inserção das mulheres na Própria Ordem, ocupando cargos na diretoria, presidindo Comissões, já que em sua grande maioria são ocupados por homens”. Cinthya fala também da criação de canais de comunicação especializados em denúncias de assédio, disponibilidade de creches e fraldários nos fóruns, acessibilidade as gestantes, estacionamentos prioritários no local de trabalho e outras demandas que merecem atenção.
 
Yasmin Buriti destaca o trabalho desenvolvido pela Apam em prol da mulher advogada municipalista. “A APAM é uma entidade importante no seu papel de defender a advocacia municipalista, com esse protagonismo é possível fomentar uma atuação em defesa das mulheres advogadas municipalistas que já sofrem preconceito e discriminação por serem mulheres e a Apam pode realçar a atuação feminina, assim como reinvidicar espaços importantes de debate que envolvam o papel da mulher e suas contribuições”, afirma.
 
A advogada Cinthya diz que resumiria a atuação da Apam em uma palavra: igualdade. “Todas as iniciativas para fortalecer a figura da mulher advogada são válidas e acredito que as conquistas e a isonomia no tratamento, malgrados a essa luta que já existe, chegarão tão logo pelas novas gerações que já crescem em uma sociedade menos preconceituosa, o qual já assistem a busca pela independência e sucesso profissional pelas mulheres, superando todos esses percalços sociais”, concluiu.

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