Brasil faz parto inédito de bebê nascido de transplante de útero


Médicos do Hospital das Clínicas da USP realizaram em dezembro de 2017 o parto de um bebê cuja mãe havia feito um transplante de útero. A mãe do bebê recebeu o órgão de uma doadora falecida. O caso, primeiro no mundo, foi publicado pela revista médica The Lancet nesta terça-feira (4/12), as informações são do site de notícias G1.
Segundo dados da revista, já foram realizados no mundo 50 transplantes de útero, sendo 11 de doadoras falecidas. Nas mulheres que tiveram úteros transplantados, 12 deram à luz bebês vivos, sendo o bebê brasileiro o décimo (uma das mães ainda está no final da gestação). A novidade da notícia é que o bebê brasileiro foi o primeiro a nascer de um útero transplantado de uma doadora já falecida. Já houve outra gravidez desse tipo, na Turquia, mas a mulher acabou perdendo o bebê.
Toda a equipe que participou do procedimento é brasileira e está ligada ao Hospital das Clínicas. Dani Ejzenberg, um dos médicos líderes do estudo e supervisor do Centro de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas avaliou a publicação da revista como uma “chancela de qualidade”, pois a The Lancet é uma das maiores publicações da área médica do mundo.
“Ficou confirmado como o primeiro caso do mundo, e, até onde sabemos, o único. As melhores equipes, os melhores hospitais do mundo tentaram. E foi aqui que conseguiu. É uma notícia muito positiva não só para a medicina, mas para o país como um todo, que tem tido uma agenda muito negativa nos últimos tempos”, diz Ejzenberg.
A mãe do bebê é uma mulher de 32 anos que tinha nascido sem útero por cauda de uma síndrome (Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser), recebeu o órgão de uma doadora já falecida em 2016.
Para os cientistas, o transplante simboliza mais uma possibilidade não só de tratamento de infertilidade, mas também de melhora na qualidade de vida das pacientes.
Metrópoles

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