Irmão de vítima da Chacina de Pioz acompanha júri do assassino: 'Vou perguntar a ele o porquê'


Após pouco mais de dois anos doassassinato de uma família brasileira na Espanha, caso conhecido como a “Chacina de Pioz”, a família de Janaína Américo, uma das vítimas, conversou com a TV Cabo Branco, pedindo justiça e contando como lida com a situação. O irmão gêmeo dela, George, está na província de Guadalajara acompanhando o julgamento e faz parte dos convocados pela acusação para prestar depoimento nesta quinta-feira (25).

François Patrick Nogueira Gouveia, de 21 anos, começou a ser julgado pelo tribunal do júri espanhol nesta quarta-feira (24). Ele está preso na Espanha desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas e confessou ter matado os tios e dois primos, de 1 e 4 anos de idade, em um chalé na pequena cidade de Pioz em agosto de 2016.

A acusação acredita na pena máxima permitida no país, de prisão permanente revisável, enquanto a defesa do réu afirma que o crime foi motivado por problemas psicológicos.

“A gente não tem mais paz, a nossa paz acabou. Onde a gente passa é sempre aquela vontade de desaparecer. Já preparei a minha cabeça há algum tempo e se eu tiver oportunidade vou perguntar a ele o porquê, o que minha família fez para ele. Minha família era feliz e vem ele e destrói tudo”, desabafou George, que embarcou para a Espanha na última quarta-feira (17).

A tragédia causou danos para a saúde do pai de Janaína, Wilton Diniz. Depois do assassinato da filha, do genro e dos netos, ele sofreu dois infartos, passou por uma cirurgia na cabeça, adquiriu labirintite, perdeu a audição de um ouvido e perdeu 20 quilos.

A irmã de Janaína, Dayse Américo, não contém as lágrimas ao lembrar da irmã, do cunhado e dos sobrinhos. “A gente vive fazendo terapia e no remédio controlado por não suportar a dor. É difícil saber que não vamos mais poder vê-los, poder encontrá-los. É muito cruel”, relatou a irmã.

Dayse e o pai dela vão assistir ao julgamento que acontece nos dias 24, 25, 26, 29, 30 e 31 de outubro através de videochamadas. Wilton Diniz ainda pede que a justiça também se aplique para Marvin Henriques Correia, amigo do assassino confesso que recebeu detalhes do crime e ainda teria dado dicas ao assassino.

Entenda o caso

Janaína Américo, Marcos Campos Nogueira e os filhos do casal, de 1 e 4 anos, foram encontrados mortos e esquartejados em um chalé na cidade espanhola de Pioz em 18 de setembro de 2016, cerca de um mês após o crime.

Patrick Gouveia, sobrinho de Marcos, se entregou à polícia da Espanha e confessou o crime em 19 de outubro. Ele segue preso até esta quarta-feira no complexo penitenciário de Estremera, na Espanha.

A participação de Marvin Henriques Correia, amigo de Patrick, foi comprovada em conversas de WhatsApp entre os dois, conforme levantamento feito pela Polícia Civil da Paraíba com base em provas colhidas pela Polícia Federal.

O jovem acusado de dar dicas a Patrick do que fazer durante a chacina foi preso em João Pessoa, se tornou réu como partícipe do homicído de Marcos Nogueira, mas está em liberdade desde que sua prisão preventiva foi revogada pela juíza Francilucy Rejane de Souza. Ele segue à espera de julgamento.


G1

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