ODOR: bares e restaurantes de CG param de usar água de Boqueirão





Nos últimos dias, os moradores de Campina Grande reclamaram de mau cheiro na água oriunda do açude Epitácio Pessoa em Boqueirão. Em alguns bairros, além do mau cheiro, água está jorrando nas torneiras com uma coloração.
Por conta disso, aguns bares, restaurantes e lanchonetes de Campina Grande deixaram de usar a água da torneira para a produção alimentos. A mudança tem ocorrido desde junho, depois que foram percebidas alterações no sabor e cheiro da água que vem do açude Epitácio Pessoa.
Para a produção, parte dos estabelecimentos tem usado água mineral.
Apesar de não existir nenhuma orientação formal, a informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato do Hotéis, Bares e Restaurantes de Campina Grande, Divaildo Bartolomeu Júnior. Ele explicou que as mudanças na água também refletiram nos alimentos.
“Não existe uma orientação do sindicato. Mas a gente tem conhecimento que estão mudando, justamente pra não refletir nos alimentos servidos. No meu restaurante, por exemplo, de imediato percebi uma mudança no gosto do café. Na época, pensei que fosse a caixa d'água e mandei fazer uma limpeza. Depois descobri que o problema é realmente na água de Boqueirão”, disse ele.
Segundo o sindicato, apenas as franquias determinaram que as unidades usassem água mineral para a produção de refrigerantes de Fast Food, que são feitos na hora. “Por ter um padrão, as franquias tiveram essa orientação. Os demais estão mudando por conta própria e bom senso”, disse o presidente do Sindicato.
O gerente regional da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa)Ronaldo Menezes, disse que a água foi coletada após denúncias de moradores de que a água estaria com mau odor e mau sabor.
Ronaldo destacou que uma pesquisa foi feita com a água e foi constatado que, devido a falta de recarga, há uma reprodução de seres vivos muito grande no açude Epitácio Pessoa. Ele declarou que a substância chamada geosmina pode estar causando alteração no odor e no sabor da água.
– Os técnicos e pesquisadores disseram que a geosmina não causa mal à saúde da população. Todos os seus padrões estão dentro do que rege o Ministério da Saúde. Estamos estudando uma forma de remover a substância causadora do odor e do sabor – disse.
A Cagepa informou que, depois dos relatos dos consumidores, abriu um processo de investigação para identificar o motivo da alteração na água. Após análises feitas dentro da companhia em parceria com laboratórios da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB),
Segundo o coordenador da Cagepa, Ronaldo Menezes, a maior alteração foi percebida na presença de geosmina, uma substância, que, segundo os técnicos, está sendo liberada pelas algas. Apesar disso, a Cagepa garante que as alterações não tornam a água imprópria para o consumo, nem causa prejuízos à saúde, podendo ser consumida.

Para neutralizar o problema, a companhia alterou a captação e o tratamento da água que é distribuída e também realizou uma manutenção no principal reservatório elevado da cidade de Campina Grande, que fica no bairro Santa Rosa, na expectativa é de que água volte ao normal nos próximos dias.

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