"Dr. Bumbum" diz que morte foi "fatalidade que acontece com qualquer médico"


Em um vídeo gravado antes de ser preso pela polícia na tarde desta quinta-feira (19), o médico Denis César Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", classificou a morte da bancária Lilian Calixto, 46, como uma "fatalidade que acontece com qualquer médico".
Lilian morreu na madrugada de domingo (15) após ter sido submetida a um procedimento estético realizado pelo médico. Ele e sua mãe, Maria de Fátima Barros Furtado, estavam foragidos da Justiça e foram detidos na tarde de hoje na zona oeste do Rio.
No vídeo, Furtado veste o mesmo blazer preto que usava no momento em que foi encontrado pela polícia em um centro comercial da Barra da Tijuca, onde se localiza o escritório de seu advogado.
Ele diz que a causa da morte da paciente ainda é um "mistério" e afirma ter realizado o procedimento estético em um consultório --segundo a polícia, o procedimento foi realizado em sua cobertura, na Barra da Tijuca.
"Ela saiu do consultório muito bem e, seis horas após, eu a levei para o hospital. Ela chegou a óbito algumas horas após, por parada cardíaca", afirmou.
Furtado diz também ser vítima de "injustiça". "É uma injustiça o que estão falando de mim na televisão. É uma injustiça me acusarem de não ser médico. Eu tenho CRM [registro profissional] antigo. É uma injustiça dizerem que é um procedimento não habilitado", disse.
Segundo a delegada Adriana Belém, da 16ª DP, Furtado e sua mãe devem prestar depoimento ainda hoje.
"Entendemos que a morte não adveio de uma imprudência. Quando você se arrisca [em fazer] um procedimento com uma pessoa, naquelas condições, nós entendemos que é um homicídio doloso [quando há intenção de matar], e não culposo", disse a delegada.
As principais dúvidas a serem esclarecidas pela polícia são relativas ao exercício das atividades do médico, que teve seu registro cassado hoje pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal.
"[Vamos ouvir] Como se dava aquela atividade, se havia autorização, se não havia, como se deu a morte da dona Lilian, por que ele, em vez de ficar no hospital, saiu. Quer dizer, as perguntas que todo mundo se faz nesse momento", informou a delegada.
Ainda de acordo com a titular da 16ª DP, o laudo da necropsia da bancária ainda não está pronto.
A delegada informou que a rendição já estava sendo negociada para as 16h de hoje, mas que a PM os localizou antes. "O importante é salientar que a segurança pública é que ganha", disse.
Em entrevista a jornalistas na tarde desta quarta (18) em Brasília, a advogada Naiara Baldanza voltou a dizer que julgar Furtado como culpado pela "fatalidade" ocorrida com a paciente é "precoce". Segundo ela, o médico ainda não havia se entregado à polícia por problemas de saúde.
"Ele está sofrendo um grande impacto emocional, ele começou a desenvolver uma síndrome do pânico. Então há um motivo pelo qual existe uma dificuldade, nesse momento, para que ele se apresente, e não é o motivo de obstaculizar o trabalho da Justiça", afirmou a advogada.

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