Trump agradece cooperação da França e Reino Unido em ataque contra Síria: 'missão cumprida'



Os três países bombardearam a Síria nesta sexta-feira como represália a um suposto ataque químico no país. Exército sírio diz que há três civis feridos.


O presidente norte-americano, Donald Trump, agradeceu neste sábado (14) em postagem no Twitter a "sabedoria" e o poder militar da França e Reino Unido no ataque conjunto contra a Síria, realizado na noite anterior. A ofensiva norte-americana foi orquestrada após controvérsias envolvendo o uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad.
Por isso, de acordo com os EUA e aliados, a ação teve por dentre seus alvos centros de pesquisa relacionados à produção desses armamentos. Dana White, porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, sugeriu neste sábado (14) que a ação é pontual e que não há intenção dos EUA de entrar no conflito sírio.
Após o ataque, o Exército sírio informou que a ação deixou três civis feridos após alguns mísseis que estavam indo para uma posição militar em Homs serem desviados de sua trajetória. O Pentágono, por sua vez, diz que não há vítimas.
"Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de seus excelentes exércitos. Não poderia haver resultado melhor. Missão cumprida!", comemorou o presidente dos Estados Unidos no Twitter.

A perfectly executed strike last night. Thank you to France and the United Kingdom for their wisdom and the power of their fine Military. Could not have had a better result. Mission Accomplished!
Trump continuou: "Estou muito orgulhoso do nosso exército que será, depois de investidos bilhões de dólares aprovados, o melhor que o nosso país já teve. Não haverá nada, ou ninguém, sequer próximo!"

So proud of our great Military which will soon be, after the spending of billions of fully approved dollars, the finest that our Country has ever had. There won’t be anything, or anyone, even close!
Enquanto Trump comemora, a Rússia chamou uma reunião no Conselho de Segurança da ONU, que será realizada na tarde deste sábado (14). Também o presidente russo Vladimir Putin disse em pronunciamento que o ataque foi uma "agressão a um Estado soberano".
Para Putin, os Estados Unidos pioram a crise humanitária na Síria. A Rússia é uma das principais aliadas do regime de Bashar al-Assad.
"Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam sofrimento para a população civil e toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio", disse Putin, em comunicado divulgado pelo Kremlin.
Trump anuncia ataque em andamento na Síria (Foto: AP Photo/Susan Walsh)Trump anuncia ataque em andamento na Síria (Foto: AP Photo/Susan Walsh)
Trump anuncia ataque em andamento na Síria (Foto: AP Photo/Susan Walsh)

O dobro de mísseis

A investida contra a Síria foi anunciada pelo próprio Donald Trump em pronunciamento na Casa Branca, na noite de sexta-feira (13), como resposta ao suposto ataque químico contra a cidade síria de Duma no último fim de semana. O regime sírio nega o uso de armas químicas.
As forças aéreas e marinhas dos EUA, França e Reino Unido lançaram os primeiros ataques por volta das 21h de Washington (22h, no horário de Brasília, já madrugada na Síria).
Três alvos foram atingidos, segundo o Pentágono: um centro de pesquisa e produção de armas químicas e biológicas em Damasco, um armazém de armas químicas em Homs (a leste de Damasco) e uma base na mesma cidade que também teria armas químicas.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, não há registro de vítimas civis. Já o Exército sírio, informa haver três feridos.
Após o ataque dos EUA e aliados, os sistemas de Defesa sírios reagiram, atingindo 13 mísseis em Al Kiswah, nos subúrbios de Damasco.
No total, 105 mísseis foram lançados contra os três alvos na Síria, ainda segundo o Pentágono. É quase o dobro da quantidade de armamento usada no ano passado, quando os norte-americanos reagiram a outro ataque químico atribuído ao regime de Assad que deixou 86 mortos.
Naquela ocasião, 59 mísseis Tomahawk foram disparados contra uma base aérea do país. Desta vez, de acordo com o ministro da Defesa do Reino Unido, foram usados mísseis do tipo Shadow.
O Departamente de Defesa dos EUA afirma que nenhum dos mísseis lançados foi interceptado. Já as Forças Armadas da Síria falam em 110 mísseis disparados contra o país e diz que a "maioria" deles foi interceptada, segundo a CNN.

Estratégia americana

Na manhã deste sábado (14), o Pentágono fez um pronunciamento para explicar a ação coordenada. Nele, a porta-voz Dana White disse que o ataque não muda a estratégia dos Estados Unidos na Síria e que os norte-americanos não querem participar do conflito no país.
"Lançamos o bombardeio para evitar que a Síria use armas químicas no futuro", disse. "Nosso objetivo na Síria continua sendo combater o Estado Islâmico", acrescentou.
O General Kenneth McKenzie afirmou que não há registros de vítimas civis. "Não estamos sabendo de nenhuma casualidade de civis decorrida do ataque até o momento. Depois do ataque, o exército sírio disparou mísseis, que não sabemos onde caíram."

Justificativa

Para justificar a ação desta sexta, Trump chamou o suposto ataque químico em Duma de "massacre" e de "crimes de um monstro". A premiê britânica, Theresa May, classificou o bombardeio como uma "intervenção na guerra na Síria". Já o presidente francês, Emmanuel Macron disse que o ataque está "restrito a capacidades do regime sírio de armas químicas".
Após o bombardeio, a embaixada da Rússia (aliada da Síria) nos EUA declarou no Twitter que "tais ações não serão deixadas sem consequências".

Perspectivas futuras

Ainda no pronunciamento neste sábado (14), Dana White, porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, sugeriu que o ataque a Síria é pontual e que a intenção de aliados não é participar dos conflitos sírios.
"[O ataque] não muda a estratégia na Síria. Não queremos participar do conflito", disse a porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA.
No pronunciamento, o Pentágono divulgou imagens que mostram a estratégia de ataque e o "antes e depois" dos alvos atingidos. Veja:
Posicionamento dos mísseis enviados por EUA, França e Reino Unido à Síria (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução)Posicionamento dos mísseis enviados por EUA, França e Reino Unido à Síria (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução)
Posicionamento dos mísseis enviados por EUA, França e Reino Unido à Síria (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução)
Antes e depois do centro de pesquisa e desenvolvimento Barzah, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reprodução)Antes e depois do centro de pesquisa e desenvolvimento Barzah, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reprodução)
Antes e depois do centro de pesquisa e desenvolvimento Barzah, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reprodução)
Antes e depois do posto de armazenamento de armas químicas Him Shinshar, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reprodução)Antes e depois do posto de armazenamento de armas químicas Him Shinshar, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reprodução)
Antes e depois do posto de armazenamento de armas químicas Him Shinshar, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Reprodução)
Antes e depois do bunker Him Shinshar, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução)Antes e depois do bunker Him Shinshar, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução)
Antes e depois do bunker Him Shinshar, na Síria, atacado por EUA e aliados (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução)

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