Depois de cochilarem, durante a
tramitação, votação e aprovação de dois projetos de lei, que regulamentam os cargos já existentes, reduzem a
quantidade de assessores por gabinete e estabelecem critérios sobre a admissão
de pessoal para assessoramento por tempo determinado, na Câmara
Municipal de Campina Grande (CMCG), os vereadores da oposição decidiram cobrar oficialmente
da Mesa Diretora da Casa, toda a documentação que possa comprovar a veracidade do
processo de tramitação da matéria, na 14ª sessão ordinária realizada, no último dia 22 de março
do corrente ano.
A presidente da CMCG, Ivonete
Ludgério não só garante que houve a tramitação, votação e aprovação por
unanimidade dos referidos projetos de lei, como assegura que todos os
vereadores que agora pedem comprovação do que ocorreu no plenário estavam presentes, além de terem à
disposição o vídeo da sessão ordinária, do último dia 22
de março de 2018, na íntegra postado no canal oficial do Plenário em Foco, no Youtube, onde o fato pode ser comprovado e se encontra à disposição de todos.
Ivonete disse que se surpreendeu quando
ouviu, em entrevista concedida à CG FM, o vereador da oposição, Anderson Maia afirmar
que os projetos não haviam tramitados e nem sido votados na Casa, além de dizer
que o Legislativo precisava agir com mais transparência. “Ontem eu estava indo
a João Pessoa e ouvi as palavras do vereador Anderson Maia, confesso que me
surpreendi com o teor das palavras dele, automaticamente solicitei meu direito
de resposta”, justificou.
A presidente garante que a lei foi votada por unanimidade,
mas não foi discutida assim como a maioria dos projetos de lei tramitados naquele mesmo dia. “A lei foi votada no plenário. Ela não foi discutida, assim como
vários outros projetos de lei que foram apreciados e votados sem discussões sobre os mesmos. E é
esse o questionamento que os vereadores Galego do Leite, Olímpio Oliveira e
Anderson Maia estão fazendo, mas os três estavam presentes no dia dessa votação”,
disse Ivonete.
Ivonete explicou que no último dia 21 de março de 2018,
protocolou os projetos de lei números 058/2017 e 059/2017, que mudaram para os
números 6.916/2018 e 6.917/2018, respectivamente. No dia 22, foram lidos no expediente
do dia e devidamente colocados no requerimento de urgência e ambos foram
votados. A sanção ocorreu no dia 26, juntamente ao Projeto de Lei do Executivo
que tratava da regulação de exames da Secretaria de Saúde de Campina Grande. “Todos
os projetos foram lidos e aprovados sem quaisquer discussões, inclusive o PL
que tratava da regulação de exames do Poder Executivo”, assegurou a presidente.
A respeito do questionamento da oposição, a presidente
Ivonete afirmou que eles não só podem como devem questionar, afinal trata-se de
um direito adquirido, mas pontuou que é necessário que se tenha atenção ao que
está sendo lido e aprovado, no plenário da Câmara, para evitar situações vexatórias como estas.
Ela
explicou ainda que a rapidez na tramitação, votação e sanção não se deu em
decorrência dessas leis que regulamentam e reduzem os cargos na Casa, mas em
virtude do Projeto de Lei que trata da regulação de exames da Secretaria de
Saúde. “Então tínhamos prazo com relação ao Projeto do Executivo e no mesmo dia
eu e o secretário assinamos os autógrafos e encaminhamos à Procuradoria do
município que publicou todos na mesma tarde”, pontuou Ivonete.
Por fim, Ivonete Ludgério garantiu que apesar de estar
ausente à sessão, o vereador da oposição, Bruno Faustino leu as leis, assinou o
requerimento de urgência e disse entender a necessidade e importância dos
projetos serem votados. “Bruno Faustino assinou o requerimento e disse entender
do que se tratava. Ele leu o projeto anteriormente e assinou como membro da
mesa. No dia da votação, 18 vereadores estavam presentes; quatro deles
da oposição, os mesmo que estão solicitando a documentação para averiguar a
veracidade da tramitação da matéria em questão”, disse a presidente.
Revogação
Ivonete confessou estar muito
tranquila e que irá atender a solicitação dos vereadores de oposição a respeito
dos documentos exigidos para averiguar a veracidade de que os projetos de lei
realmente tenham sido lidos e aprovados na Câmara antes da sua sanção, mas
confessa que diante das desconfianças infundadas, fará uma solicitação à
Procuradoria da Prefeitura de Campina Grande para que as Leis sejam revogadas.
Em sendo revogadas, passam a
valer a Lei de 2009 que garante o número de 31 assessores para cada vereador.
Ivonete ressalta que quis apenas regularizar e reduzir esse número para até 12 assessores,
mas por ter sido incompreendida não apenas por parte dos vereadores, mas pela imprensa e por algumas pessoas na cidade, ela vai sugerir a revogação da Lei por
ela protocolada, votada por unanimidade e sancionada pelo prefeito, Romero
Rodrigues.
“Estou sendo ridicularizada por onde passo, porque algumas
pessoas da imprensa preferiram mentir a respeito do que fiz. Outros chegaram a
chamar a lei que criei para reduzir cargos de trem da alegria. Pergunto o que é
trem da alegria? Permitir que uma lei assegure 31 assessores para cada vereador
ou a que sugeri que reduz esse número para 12? Porque, na época em que essa lei
que assegura 31 assessores para cada vereador não foi taxada de Trem da
Alegria? Porque quem criou era homem? E o presidente da Câmara à época também
era homem?”, questionou Ivonete Ludgério.
Perseguição, preconceito e
machismo
Para a presidente da CMCG, desde
que ela assumiu o Legislativo campinense tem sofrido perseguições e
desconfianças por parte de alguns vereadores. Ela afirma veemente que tudo isso
tem, no mínimo, duas motivações: preconceito por ela ser a única mulher
presidente em meio a 22 vereadores e também perseguição política por ser esposa
do deputado estadual mais bem votado na Paraíba.
Ivonete afirmou ainda que o
preconceito com as mulheres ainda é muito latente, mas é real e a tem
perseguido desde o início da sua gestão, assim como persegue e perseguiu outras
mulheres que se destacaram na política, a exemplo de Cozete Barbosa, Maria
Barbosa, dentre outras. “Toda essa polêmica existe porque Ivonete Ludgério é
mulher, porque Ivonete comanda uma Casa com 22 homens e só ela de mulher, porque
o preconceito ainda existe, existiu com Cozete, com Maria Barbosa, dentre
outras”, frisou.
Ela acrescenta: “Tenho deixado de
viver com minha família, tenho deixado de cuidar da minha vida pessoal para
estar me explicando de absurdos que alguns me acusam. Mas tudo isso tem
motivações machistas, preconceituosas e políticas e isso teve início desde o
dia 2 de janeiro de 2017, quando assumi a Câmara Municipal de Campina Grande.
Tudo que a mesa diretora da Casa faz hoje em dia é motivo de especulações
infundadas, criações de mentiras que se espalham na mídia, mas não sou mulher
de correr da luta, até porque não tenho o que temer porque tenho convicção,
certeza e responsabilidade dos meus atos a frente do Legislativo”, disparou a
presidente.
Análise do Vídeo da Sessão
Ordinária do dia 22/03/2018
Exatamente a partir de 1h14’01”
(1:14:01) do vídeo da 14ª sessão ordinária, do dia 22 de março de 2018, o
secretário da mesa diretora, vereador Sargento Neto lê os projetos de leis: “Projeto
de Lei de número 021, 059/2018 e 058. Na sequência, o vice-presidente da CMCG,
vereador Márcio Melo solicita questão de ordem e neste mesmo momento, o
vereador da oposição, Anderson Maia (01:14:09), encontra-se em frente à mesa
diretora analisando os projetos de leis que estão para ser votados e que
acabaram de ser lidos pelo vereador Sargento Neto (nºs 021, 059/2018 e 058). Segundos
depois (01:14:20), o vereador também da oposição, Olímpio Oliveira chega à mesa
diretora e se debruça sobre os projetos de lei.
Aos 01:15:52, Ivonete diz que o
requerimento já foi lido e complementa: “Os que concordarem permaneçam como
estão. Os que divergirem, levante-se. Aprovado por unanimidade”. Durante todo
esse tempo, ou seja, de 01:15:20 a 01:15:52, os vereadores de oposição,
Anderson Maia e Olímpio Oliveira permanecem frente à mesa diretora, analisando
os projetos de lei em tramitação na Casa.
Aos 01:16:06, o vereador da
oposição, Galego do Leite também se aproxima da mesa diretora. A presidente da
CMCG afirma que todos os projetos de leis que estão em tramitação naquele
momento, estão na Casa para serem votados desde 2017.
Aos 01:16:37, diante de um
pequeno tumulto gerado pela tramitação dos projetos de leis, a presidente
Ivonete Ludgério suspende a sessão por cinco minutos para que os vereadores tenham
acesso aos projetos de lei, discutam e analisem antes de ser votado. Os
vereadores da oposição permanecem frente a mesa diretora, debruçados nos
projetos em tramitação na Casa.
A partir do retorno da suspensão
da sessão ordinária até o final da sessão, seguem as tramitações dos projetos
de lei e requerimentos, todos lidos e votados.
(Como mostram as imagens abaixo)
(Como mostram as imagens abaixo)
Assista o vídeo abaixo e tire suas próprias conclusões:
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Simone Duarte
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