No estudo, os pesquisadores analisaram mosquitos coletados em áreas rurais de Itueta e Alvarenga, municípios de Minas Gerais, durante a epidemia de febre amarela ocorrida no ano passado. Mas o inseto não se limita a essa região. Pedro Vasconcelos, diretor do IEC, explica que o A. albopictus tem sido encontrado em vários estados da Amazônia, do Centro-Oeste e do Sudeste, mas em menor quantidade do que o Aedes aegypti, que transmite a doença. “Sabemos que há uma competição do nicho ecológico entre essas duas espécies. Onde há predominância de Aedes aegypti, o albopictus não se instala, e vice-versa”, complementa.
Uma técnica avançada de diagnóstico molecular e o sequenciamento completo do genoma do vírus permitiram a identificação do causador da febre amarela nos mosquitos. A equipe brasileira ressalta que os achados são importantes principalmente devido às características da espécie estudada. “Ele é um mosquito eclético, que, geralmente, vive em áreas periféricas, se adapta bem tanto nas áreas urbanas quanto nas silvestres. Dentro dessa última, está a que chamamos de meio rural, que inclui fazendas, sítios, matas”, explica Vasconcelos.
Com essas características, o A. albopictus não encontra dificuldades em viver em áreas urbanas. Se o mosquito se transformar em um novo vetor da febre amarela, portanto, poderá funcionar como um agente de ligação no ciclo de propagação da doença. “Esse achado é importante porque o Aedes albopictus pode vir a estabelecer um ciclo intermediário (rural) da febre amarela nas Américas, semelhante ao que ocorre na África”, frisa o diretor do IEC.
Mais estudos
Os cientistas reforçam ainda que novas investigações poderão mostrar se o A. albopictus tem condições de transmitir a febre amarela. Essa capacidade vetorial só pode ser confirmada caso o vírus consiga se replicar de forma intensa nos tecidos do inseto. “Apenas com estudos adicionais poderemos saber se ele tem competência vetorial e como isso poderá afetar as medidas de segurança relacionadas”, diz Vasconcelos.
O IEC aprofundará as pesquisas sobre a capacidade vetorial do mosquito nos estados que atualmente são afetados pela febre amarela: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Independentemente dos resultados, Vasconcelos ressalta que as descobertas atuais devem ser interpretadas como mais um motivo para intensificar as medidas de prevenção à doença. “É preocupante, mas não é desesperador. O importante é intensificar o combate aos mosquitos, que é o mesmo feito em relação aos transmissores da doença. São medidas que podem impedir principalmente a transmissão urbana”, destaca.
O IEC aprofundará as pesquisas sobre a capacidade vetorial do mosquito nos estados que atualmente são afetados pela febre amarela: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Independentemente dos resultados, Vasconcelos ressalta que as descobertas atuais devem ser interpretadas como mais um motivo para intensificar as medidas de prevenção à doença. “É preocupante, mas não é desesperador. O importante é intensificar o combate aos mosquitos, que é o mesmo feito em relação aos transmissores da doença. São medidas que podem impedir principalmente a transmissão urbana”, destaca.
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