Falta de provas: investigação do STF sobre Renan Calheiros deve ser arquivada

Depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitar em outubro denúncia contra Renan Calheiros (PMDB-AL) por falta de provas, outra investigação sobre o senador na Lava Jato caminha para o arquivamento, como indica petição da Polícia Federal ao relator, ministro Edson Fachin.
O inquérito, um dos 15 no STF que têm Renan como alvo, foi aberto com base na delação de Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, que fazia entregas de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, também delator na Lava Jato.
Instaurada em março de 2016 a pedido do então procurador-geral, Rodrigo Janot, a investigação apura declarações de Ceará de que ouviu Youssef dizer que iria pagar R$ 2 milhões para Renan impedir a CPI da Petrobras.
Ceará também disse que no início de 2014, a mando de Youssef, foi buscar R$ 1 milhão no Recife para entregar, em duas ocasiões, a um homem em um hotel em Maceió (AL). Segundo Ceará, Youssef lhe disse “em alto e bom som: ‘O dinheiro era para Renan'”.
“Em que pese nestes autos já se terem realizado as mais diversas diligências, estas ainda não foram suficientes ao apontamento de suficientes indícios de autoria e materialidade do delito investigado”, escreveu a PF no final de setembro, após quase um ano e meio de investigações.
Pela quarta vez, a polícia pediu ao relator Fachin mais tempo para concluir o inquérito –ainda não há decisão. Antes da abertura do inquérito, Youssef confirmou que mandou Ceará entregar R$ 1 milhão em Maceió –segundo ele, a pedido da construtora OAS–, mas negou ter dito que o dinheiro era para Renan, pois não sabia quem era o destinatário.
À época, Janot entendeu que as declarações de Ceará eram “ricas em detalhes” e haviam sido, “ainda que parcialmente, confirmadas por Alberto Youssef”. O então relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, deferiu a abertura do inquérito para investigar os supostos crimes de corrupção e lavagem.
Folha

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