Dois de Dezembro, o Dia do Samba


Tia Ciata (esq) com tia Josefa; reza a lenda que foi no quintal do nº 119 da rua Visconde de Itaúnas, no Rio, o local onde nasceu o samba, tal como o conhecemos

Tem gente que deve achar um exagero. Para que comemorar? Todo dia toca-se samba no Brasil. Pode até ser verdade. Mas é importante marcar uma data para se celebrar uma das criações mais brasileiras em matéria de música. Agora, porque se escolheu o dia 2 de dezembro, é uma boa história.

O vereador baiano Luís Monteiro da Costa resolveu instituir a data em Salvador. Acontece que o compositor Ary Barroso, mineiro de nascimento e carioca por adoção, cantara histórias baianas, como na famosa Baixa do Sapateiro, mas nunca tinha ido à Bahia. Pois no dia 2 de dezembro de 1940 ele fez sua primeira visita.  Em 1963, a data tornou-se nacional.

Ainda que a homenagem tenha nascido na Bahia, a maioria dos estudiosos considera que o samba, tal como o conhecemos, uma invenção criada no Rio de Janeiro, mais especificamente numa região central da cidade chamada no começo do século 20 como “Pequena África”. Ali, no quintal de uma BAIANA conhecida como Tia Ciata vários ‘sambistas’ se reuniam e criavam o gênero que seria o mais famoso do País.

Hoje, há comemorações em todo o Brasil. Rio e Salvador, claro, além de São Paulo têm grandes manifestações, mas mesmo cidades menos associadas a este ritmo de origem negra, como Curitiba, também celebram a data.

Quem anda pelo Rio atualmente tem certeza de que é o funk a música popular do momento. E esta parece ser uma característica da história do samba. O gênero, institucionalizado como tal com a gravação da música Pelo Telefone, em 1916, sofreu a concorrência de muitas “músicas do momento”, como bolero, fox, rumba, rock, sertanejo, eletrônico… Como diz uma canção famosa, “samba, agoniza mas não morre”. Se modifica…

Estadão

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