Anísio Maia propõe ação popular contra reajuste de tarifa de ônibus em João Pessoa


A capital paraibana amanheceu nesta segunda-feira (22) com mais um aumento na tarifa dos ônibus urbanos. Com o terceiro reajuste em menos de um ano - o último aconteceu há três meses por decisão judicial - o valor da tarifa chegou a R$ 3.55. O reajuste foi aprovado em reunião deliberativa do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana, ocorrida na última sexta-feira (19).

“Este Conselho precisa mudar e se tornar mais transparente. Não sabemos, por exemplo, qual é a receita das empresas de transporte coletivo em João Pessoa. O que sabemos é que há um monopólio mandando na cidade: 85% das linhas de ônibus estão nas mãos de um mesmo grupo”, afirmou o deputado Anísio Maia (PT).

O parlamentar ainda destacou que cobradores estão sendo demitidos  e os motoristas desempenhando dupla função: “Agora em João Pessoa os motoristas precisam dirigir e passar o troco ao mesmo tempo. Demitindo os cobradores as empresas aumentam suas taxas de lucros, aumentam o desemprego e colocam os usuários e todo o trânsito em risco.”

Enquanto que nos últimos doze anos o aumento da inflação foi de 73,21%, o aumento da tarifa de ônibus em João Pessoa chegou a 273,06%. “São reajustes acima da inflação. Enquanto isto, o salário mínimo terá um aumento de apenas R$ 17,00. O engraçado é que um dos argumentos para mais este aumento foi a diminuição do número de passageiros. Ou seja, com o desemprego, os gastos com transporte impactam de modo perverso as famílias mais pobres e a solução encontrada é aumentar ainda mais a tarifa?”, questionou Anísio Maia.

“O serviço oferecido é de péssima qualidade, com atrasos e superlotação. A planilha com receitas e despesas de todo o sistema precisa ser conhecida e debatida por toda a população. Se as atuais empresas alegam que não conseguem operar sem reajustes, então a prefeitura deveria chamar licitação e abrir concorrência. Nosso mandato ingressará com uma ação popular contra este aumento. Não é razoável três reajustes em menos de um ano, penalizando a classe trabalhadora. O sistema é montado para servir às empresas e não à população”, concluiu.

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